Um gato. Simplesmente um gato.
Todo de cristal. Lindo, pequenino, lá na mesa.
Totalmente feito de puro cristal.
Cristal, o mais puro vidro.
Translúcido. Claro.
Colocado sobre a mesa, um enfeite.
Suas curvas suaves refletem a luz, fazem sombras doces e brilhos surpreendentes.
Cores novas surgem.
Um gato. Simplesmente um gato. Um enfeite de cristal.
Um olhar atento enxerga. Vê. Repara.
Repara nas belas curvas, imagens.
Vindas de todo lado.
Toda luz explode.
Imagens disformes. Talvez confusas.
Outras invertidas, refletidas, do reflexo.
Reflexo de outra reflexão.
Possível ver que esta desfocado. E do desfocado, o foco.
Pode-se ver também através. Sem tanta nitidez.
Sente-se a beleza.
Um coração. Simplesmente um coração.
Bate, pulsa.
Apaixona-se.
Lindo, pequenino, pulsa.
Outro coração. Simplesmente outro coração.
Bate, pulsa.
Apaixona-se.
Lindo, pequenino, pulsa.
Pulsam forte. Com paixão. Quente.
Sentimento cru.
Verdadeiro. Visceral.
Puro.
Transparente. Claro.
Não cabe.
Disforme. Verdadeiro. Confuso.
Desfocado.
Refletido.
Reflexo. Reflexo de uma outra reflexão.
Focado. Nítido?
por Fernando Katayama - 2003
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