Vou deixar de lado a formalidade do Sr., Sra, Vossa Excelência e os demais outros, afinal não estamos em um debate na Câmara!
Se tivesse, já teria mandado à merda, todas as Excelências que lá estão!
Então, responderei a você, Gustavo!
Primeiro de tudo, não se preocupe pelo tratamento dado à minha pessoa. "Filho da puta" muitas vezes, é tão respeitoso, quanto um "sua Santidade". Algum amigo seu já te chamou de: "ô seu filho da puta, porra, que saudade!", ou então: "puta merda, esse filho da puta ai, é um puta cara, um puta amigo, gente boa pra caralho!". [note na última frase: de 18 palavras, 6 foram palavrões. Não contei as vírgulas]. Então, desencana.
Mas como você não sabe meu nome, esclareço: F, é de Fernando. Logo, o artigo passa a ser: "o".
Mas como não sou Pasquale, deixo o português de lado e vamos ao que interessa.
É, Gustavo, só você respondeu meu e-mail! Então respondo a você, mas envio a todos, para que participem, se quiserem.
Ao contrário de você, tenho certeza que bandido vai votar "a favor". Ele vai exercer seu direito de expressar sua opinião! Outra questão, que fica para depois: porque que nosso direito de voto, é uma obrigação?
Lógico que os marginais, que devem ter título de eleitor, afinal tem um montão que, além de votar, são eleitos ou querem se eleger. Então os bandidos irão lá no dia, e apertar o botão, "sou a favor do desarmamento".
Se eu fosse um chefão do tráfico, eu mandaria toda minha comunidade [para ser politicamente correto, e não falar, favela], votar no "sou a favor".
Imagine só, a Rocinha [RJ], Morro dos Macacos [Santos], Oziel [Campinas], Alagados [Salvados] e todos os outros, votando no "sou a favor". Que mundão de gente!
E nós, os chefes da bandagem, lá no alto do morro, só observando atendo. Lógico um churrasquinho e pagode, ta bom... Em alguns locais, samba ou axé, acompanhando o referendo.
Ahhhh... Eu estaria vibrando, torcendo mais que final de Copa do Mundo. Soltaria todos os rojões, que uso para notificar a "comunidade" da chegada dos gambés Nem que fosse com gol de mão, impedido, no último minuto da prorrogação, para festejar o final do bendito referendo: o sim para a proibição do comércio legal de armas e munições, e do porte legalizado de armas de calibre civil.
Mas mais feliz que isso!
Como tenho um bom assessor de marketing, [é nossa corporação é bem estruturada. Aqui tem gerente de contas, logística, comércio exterior, onde é obrigatório saber falar inglês e espanhol fluente, setor de compras, metas de vendas, relatórios de market share, estamos até pagando para um de nossos executivos, o MBA na FGV], já tô até vislumbrando a potencialização do 2º mercado mais lucrativo do mundo, de ROI altíssimo e seguro.
Ah... [supiros, com cara de paisagem e pensamento distante] serei dono dos melhores mercados do mundo: drogas e armas do mercado negro. Meus olhos já estão brilhando, vendo as malas de dólares que vou faturar!
Ai, então, eu, não contendo de emoção gritaria, com meu AR-15 na mão, lá do alto do morro, dando ordem para o churrasco durar mais três dias de festa, tudo pago, lógico:
"oooobbbbbaaaaaaaa, agora só EU tenho!!"
É, mas eu não sou!
[para entender, esta é uma troca de e-mails. Aconteceu depois de um texto recebido pela Internet. Não conheço o Gustavo, nunca o vi. A recíproca, logicamente, é verdadeira. E para quem não sabe AR-15 é um fuzil de grosso calibre usado pelas forças armadas, não as nossas, mas as norte-americanas]
Por Fernando Katayama, 29 jul 2005.
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