Escrevi sobre um monte de coisa. Política. Romance. Vida. Opiniões banais da vida cotidiana. Das coisas que nos cercam. Das diferentes realidades que vivemos.
É, tem um bocado de coisa ai.
Falei mal do Lula. Detonei com o Bush. Vi o Obama vencer.
Briguei com Juiz bunda mole. Já fui clonado, e inserido em jornal de renome.
Fiz piada. Fiz chorar. Contei das minhas lembranças. Falei do futuro.
Nunca reli tudo que escrevi, e acho que nunca vou fazer. Sei que têm gente que já releu um monte de vezes...
Já gerei ódio e devo ter leitoras-amantes-secretas.
Aqui já falei quase de tudo. Sem papas na língua.
Mas esta faltando um tópico. Vem me perseguindo, martelando minha cabeça. Toda vez que vou escrever sobre isso, pronto, alguma coisa acontece!
Eleição. Seqüestro. Guerra. Greve. Bolsa que quebra. Pancadaria na esquina. E eu, ai, desbundo e não escrevo.
Resolvi deixar tudo isso de lado e partir pro abraço, como diria um “jogadô” de futebol da várzea, lá de perto de casa.
Pois é, dizem por ai, que foi há 50 anos que inventaram a Bossa-nova. Falam que foi o Tio João, não o arroz, mas o Gilberto. Uns dizem que foi outro, talvez Menescal ou Jobim.
Eu não sei ao certo quem é que foi, só sei que foi. E é isso que importa.
A bossa era uma e vieram com uma outra tal, nova. Virou bossa-nova. E agora esta cinquentona, mas enxutona e nem mandou por peitão de silicone e nem botox. Do banquinho e violão, a roda de samba e a influência do Jazz.
O negão americano sambando em síncopes e a mulata sapatendo em tercinas alternadas bemolizadas na terça e quinta - a blue note.
A bossa-nova, influência até o jazz, no reverso do caminho. Imagine só você, que agora a onda é sincopar a batida do jazz, colocando o swing do samba. Música contemporânea. A bossa que influência a MPB. MPB de Elis, Chico, Gil, Caetano, Marisa, Ana Carolina... Mesmo até quem não aceite, o Roqueiro Tremendão e o rock’n’roll de Roberto Carlos tem suas pitatas de bossa.
Não dá pra separar tudo isso dessa coisa chamada música. Parece que, tudo esta separado mas esta tudo junto.
Mas música é assim. Não é uma coisa só, nem um só organismo. É um órgão universal multifacetado. Porque não importa onde é que seja, que você esteja, sempre haverá música.
Pode ser Mozart e Betoween ou modernista Villa-Lobos, arrepiando o clássico. Caveleira e Ozzy em suas cabeleiras. Lennon e Paul. Zé Mineiro e Marciano. Dire Straits e Supertramp. Chet e Miles. Parker e Coltrane. Vaughan e Krall.
Tem sempre aquela música, naquele momento. Música parece ser para o ouvido, mas não é. Música é um embolado.
Pode ser cantarolando andando por ai, com um violão em casa ou assobiando sem se dar conta. Está incorporada e sai sem exorcismo.
Todo mundo têm “a” música. A música do casalzinho apaixonado no coral. A música do ódio mortal, do fim daquilo que parecia infinito. Música da vitória do time. Da derrota. Daquele beijo. Daquela gostosa. Da infância. E da velhice.
Tem até a ausência da música, é o silêncio. Que marca também, afinal, naquele dia, naquela hora, o que faltou e marcou foi não ter aquela música.
Música tem gosto, cheiro e tato.
Música é assim, inspira, respira, transpira, chora, ri... Pouco importa quem foi que criou o jazz, o clássico, o punk-rock ou a bossa-nova. É o caso que, o começo não implica no fim.
Uns cantam. Uns tocam violão. Hermeto toca chaleira. Índio toca bumbo. Uns pandeiro. Outros caixa de fósforos. E todos nós batemos palmas.
Música: The Gentle Rain - Jim Tomlinson & Stacey Kent - Brazillian Sketches
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 12 Dec 2008Aqui a música desse artigo
Friday, December 12, 2008
Wednesday, November 19, 2008
Obama esta para Che
Pronto! Virou moda. Confirmada a vitória triunfante do Pretinho Básico, todo mundo quer vestir! Não importa se a festa é de gala, formal, informal, casamento, velório, balada brega, balada chique, praia com ou sem sol, reunião de família, exame de próstata, orgias na Casa ou um simples passeio pelo shopping center da cidade ou parque. Não importa onde, tem sempre um de Pretinho Básico.
Agora depois da eleição confirmada. Algumas aparições na tv, jornal e lógico internet, o Obama virou mania. Virou Obamania.
Cabe a esse sujeito ai, preto escolado de Harvard salvar o mundo, deles mesmos. A vitória obamica representa a frustração americana e a vontade de permanecer unipotente. Os americanos estavam descontentes para onde o Governo Bushista estava indo. Bush, armou o circo para ser o palhaço do mundo por um bom tempo. A estratégia era manter-se por mais tempo, mas não deu. A lona caiu. Desde 9/11, teorias conspiratórias, reforçam que a fatídica investida no Iraque foi uma armação. Sem 9/11 Bush teria um único mandato. Os democratas deram o troco e derrubaram Wall Street, e criaram a Obamania.
Obama parece ser agora o cavaleiro das cruzadas. É a esperança de mudança, e mudança aqui, significa, manter-se no posto de potência global. É visto pelas massas como o anti-herói mulato. O super-héroi que vai trazer de volta a prosperidade americana. É o guerrilheiro da Casa Branca, vestido de paleto azul marinho e gravata vermelha.
Talvez represente agora o novo rebelde. O rebelde que luta para manter a estabilidade, sustentar o capitalismo e fortalece-lo. E talvez seja isso mesmo que o mundo todo quer, e não quer mais, rebeldes com barba e estrela vermelha.
E como rebelde da modernidade, Obama esta estampado em dúzias de centemas de camisetas, com sua cara. I love Obama, Obama substituiu Marilyn de Andy Wharol ou uma simples camiseta preta com um sorriso branco. Como Che, o rosto de Obama esta nas camisetas pelo mundo. Talvez em alguns bons 40 anos, os jovens, sem saber bem quem foi Obama, mas usarão a camiseta com o rosto estampado. E se perguntarem para eles quem foi Obama, responderão:
- Hummm, sei lá, era jamaicano ne?! Sei que ele foi o cara que salvou o capitalismo.
Música: Dear Mr. President - I’m Not Dead - Pink
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 19 November 2008
Aqui a música desse artigo
Agora depois da eleição confirmada. Algumas aparições na tv, jornal e lógico internet, o Obama virou mania. Virou Obamania.
Cabe a esse sujeito ai, preto escolado de Harvard salvar o mundo, deles mesmos. A vitória obamica representa a frustração americana e a vontade de permanecer unipotente. Os americanos estavam descontentes para onde o Governo Bushista estava indo. Bush, armou o circo para ser o palhaço do mundo por um bom tempo. A estratégia era manter-se por mais tempo, mas não deu. A lona caiu. Desde 9/11, teorias conspiratórias, reforçam que a fatídica investida no Iraque foi uma armação. Sem 9/11 Bush teria um único mandato. Os democratas deram o troco e derrubaram Wall Street, e criaram a Obamania.
Obama parece ser agora o cavaleiro das cruzadas. É a esperança de mudança, e mudança aqui, significa, manter-se no posto de potência global. É visto pelas massas como o anti-herói mulato. O super-héroi que vai trazer de volta a prosperidade americana. É o guerrilheiro da Casa Branca, vestido de paleto azul marinho e gravata vermelha.
Talvez represente agora o novo rebelde. O rebelde que luta para manter a estabilidade, sustentar o capitalismo e fortalece-lo. E talvez seja isso mesmo que o mundo todo quer, e não quer mais, rebeldes com barba e estrela vermelha.
E como rebelde da modernidade, Obama esta estampado em dúzias de centemas de camisetas, com sua cara. I love Obama, Obama substituiu Marilyn de Andy Wharol ou uma simples camiseta preta com um sorriso branco. Como Che, o rosto de Obama esta nas camisetas pelo mundo. Talvez em alguns bons 40 anos, os jovens, sem saber bem quem foi Obama, mas usarão a camiseta com o rosto estampado. E se perguntarem para eles quem foi Obama, responderão:
- Hummm, sei lá, era jamaicano ne?! Sei que ele foi o cara que salvou o capitalismo.
Música: Dear Mr. President - I’m Not Dead - Pink
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 19 November 2008
Aqui a música desse artigo
Wednesday, November 05, 2008
Oba! Oba! Oba(ma)
Pronto! Acabou! Acabou a disputa pela a cadeirinha mais poderosa do mundo. Finalmente, depois de meses de disputas, o pretinho básico, levou a parada contra o dinossauro branco.
Oba! Oba! O mundo agora tem Obama!
Obama, o tubinho preto, não é tão básico assim. Primeiro venceu a Dinastia Clinton, e convenhamos que não é uma batalha para ser menosprezada. Talvez tenha sido mais acirrada que a disputa com o McCain. Bater o retrógrado e mumificado McCain pareceu-me mais fácil que bater Hillary. Dizem que é covardia bater em velho, caduco e manco.
O negócio agora é o que vem por ai! Obama tem a maioria no Congresso e no Senado, o que dá a ele um poder que poucos tiveram. Entra com o apóio de uma grande parte da população. A democracia Americana mostrou-se eficiente.
Entra também em um momento complicado da tal crise econômica mundial, que me cheira muito mais uma jogada política, estrategicamente calculada, com perdas e danos, previamente acertados, como intuito de tirar os republicanos da cadeira. Afinal o que são alguns dólares no ralo, se minha caixa d’água ficar cheia já já. Que rolem umas cabeças, que não a minha e tá tudo bem.
E nele também sentam algumas responsabilidades, frutos da sua própria campanha. É a esperança de muita gente que ele mude a política mundial. Que tire as tropas da Guerra que não os pertence. Que faça a economia crescer e que tire da merda que estão atolados os EUA. E na rebarba, ajude os países em desenvolvimento como o Brasil.
Obama é a representação em carne e osso, de Martin, o marco do movimento negro. Mostra que mesmo que demore, lutar pela mudança, mesmo que pareça impossível e inviável, por muitas vezes, surte efeito, mesmo que retardado. McCain e a Klux Klux Klan, vão observar de longe, se remoendo e roendo as unhas de raiva.
A representação da mudança parece ser tão assustadora, que especulações da radio-peão, começaram já, a assassinar Obama. Talvez aconteça mesmo, afinal explodiram a cabeça do Kennedy no colo da Jackeline, e não foi porque ele comeu a Marilyn. A mudança é um assunto assustador, e depende de onde se mexe, além de medo, cheira defunto.
Obama não é Deus. Não é nem de longe Santo. Não fará milagres. Não fará chover na seca, nem conterá furacão. E para nós, míseros espectadores do mundo, nos resta esperar que ele supra as expectativas, faça um governo generoso, não só com os Americanos, mas com o resto do mundo, e não destrua o mundo, como W Bush o fez.
Notas Hoje 5 de Novembro foi a Eleição presidencial nos EUA
Música: Tomorrow, Duffy
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 5 November 2009
Aqui a música desse artigo
Oba! Oba! O mundo agora tem Obama!
Obama, o tubinho preto, não é tão básico assim. Primeiro venceu a Dinastia Clinton, e convenhamos que não é uma batalha para ser menosprezada. Talvez tenha sido mais acirrada que a disputa com o McCain. Bater o retrógrado e mumificado McCain pareceu-me mais fácil que bater Hillary. Dizem que é covardia bater em velho, caduco e manco.
O negócio agora é o que vem por ai! Obama tem a maioria no Congresso e no Senado, o que dá a ele um poder que poucos tiveram. Entra com o apóio de uma grande parte da população. A democracia Americana mostrou-se eficiente.
Entra também em um momento complicado da tal crise econômica mundial, que me cheira muito mais uma jogada política, estrategicamente calculada, com perdas e danos, previamente acertados, como intuito de tirar os republicanos da cadeira. Afinal o que são alguns dólares no ralo, se minha caixa d’água ficar cheia já já. Que rolem umas cabeças, que não a minha e tá tudo bem.
E nele também sentam algumas responsabilidades, frutos da sua própria campanha. É a esperança de muita gente que ele mude a política mundial. Que tire as tropas da Guerra que não os pertence. Que faça a economia crescer e que tire da merda que estão atolados os EUA. E na rebarba, ajude os países em desenvolvimento como o Brasil.
Obama é a representação em carne e osso, de Martin, o marco do movimento negro. Mostra que mesmo que demore, lutar pela mudança, mesmo que pareça impossível e inviável, por muitas vezes, surte efeito, mesmo que retardado. McCain e a Klux Klux Klan, vão observar de longe, se remoendo e roendo as unhas de raiva.
A representação da mudança parece ser tão assustadora, que especulações da radio-peão, começaram já, a assassinar Obama. Talvez aconteça mesmo, afinal explodiram a cabeça do Kennedy no colo da Jackeline, e não foi porque ele comeu a Marilyn. A mudança é um assunto assustador, e depende de onde se mexe, além de medo, cheira defunto.
Obama não é Deus. Não é nem de longe Santo. Não fará milagres. Não fará chover na seca, nem conterá furacão. E para nós, míseros espectadores do mundo, nos resta esperar que ele supra as expectativas, faça um governo generoso, não só com os Americanos, mas com o resto do mundo, e não destrua o mundo, como W Bush o fez.
Notas Hoje 5 de Novembro foi a Eleição presidencial nos EUA
Música: Tomorrow, Duffy
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 5 November 2009
Aqui a música desse artigo
Wednesday, September 10, 2008
Não Voto. Justifico.
Parece que o mundo todo resolveu exercer o direito democrático ao voto. Começou com a corrida à Casa Branca. A disputa entre os Democratas Obama e Clinton. Tudo preto e branco. Um verdadeiro show, para ver, quem é que iria finalmente ao páreo. Deu Obana, yes we can! Agora o preto-elite irá concorrer com o dinossauro branco.
O cavernoso McCain, talvez nascido do mesmo embrião, sendo assim, gêmeo do macaco branco Bush, esta nessa ai, para manter as coisas como estão ou talvez piorá-las. Quer uma ou mais guerrinhas, para poder dar a desforra, aos vermelhos viets, que o prenderam durante a investida cretina no chuvoso sudoeste asiático, em meados de ‘70. Vai manter a guerrinha no oriente-médio, controlando o preço do óleo. Já pediu para o tão maluco quanto, Putin, cutucar as republiquetas do subúrbio russo, para garantir, ao menos uma faisquinha, com meio pé na Europa.
O mesmo acontece no Canadá. Começaram as campanhas para Primeiro Ministro, súdito da rainha Elizabete II. Aqui, como sempre, as coisas são menos intensas do que lá dos primos do sul. Os debates e provocações, acusações na tv e chacotas são comum em qualquer campanha política. Aqui não seria diferente. O atual Chanceler, Harper, usa a investida no Afeganistão para abocanhar alguns votos, uma vez que a população desaprova o uso de sangue canadense para a construção do país do ópio. Harper que não é bobo, promete tirar as tropas a partir de 2011. O que ele não conta, é que tudo depende de que vencer na terra de tio Sam. Aparentemente, Harper deve torcer para Obama, mas parece mesmo gostar da gang do Bush.
Uma coisa que aqui é diferente do Brasil, é que só vota cidadão. É, é preciso ser cidadão para votar e se quiser. Para canadenses, exercer o direito de voto é uma coisa muito importante. Mas nem todos querem ou se preocupam com isso.
Foi então que eu me lembrei que estão por vir eleições no Brasil também. O mundo resolveu votar. Começou o programa eleitoral gratuito (e obrigatório) nos meios de comunicação. O festival de aberrações e falta de seriedade da sociedade. O reflexo da sociedade brasileira e o despreparo democrático. Vereadores com idéias tão estapafúrdias quanto seus nomes de legenda. Prefeitos sem o mínimo preparo. A propaganda na tv parece um álbum de figurinhas das de filmes de ficção científica trash B. Só falta colocar uma lona e comprar a pipoca para chamar de circo. Se bem que, se colocar uma luz vermelha, vira puteiro.
O Brasil parece estar a deus-dará. Vale tudo para entrar no sistema do governo. Talvez a melhor maneira de levantar uma grana, ser conhecido e não fazer nada. É um problema tão crítico que não se sabe bem, onde começa, muito menos se tem fim. Do vereador banguela ao engomadinho-playboy, o importante é pisar lá.
Talvez o grande problema é a obrigatoriedade do voto. Na democracia-obrigatória nacional. Voto obrigatório. Propaganda obrigatória. Direito obrigatório. Já falei muito disso aqui.
Eleição no Brasil é como Copa do Mundo, uma vez de tempos em tempo, com festas e bandeiras na ruas, e ninguém se lembra mais da escalação do time campeão, mas também não estamos nem aí, em 4 anos tem outra. É a lambança nacional que reflete o contexto de desordem que vive o país. Veja o Rio e a guerra civil entre traficantes, policiais (bons e ruins) e a população (adicta ou não). Isso sem contar nos currais de que não se tem notícia.
Eu estou em minha cruzada Quixotesca, lutando contra o cata-vento da democracia-obrigatória. Espero que um dia, a maturidade democrática mude os viés da política nacional. Provavelmente, não estarei aqui para ver. Como sou contra a obrigação de exercer meu direito, não voto. Justifico.
Música: 300 Picaretas - Paralamas do Sucesso
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 10 September 2008
O cavernoso McCain, talvez nascido do mesmo embrião, sendo assim, gêmeo do macaco branco Bush, esta nessa ai, para manter as coisas como estão ou talvez piorá-las. Quer uma ou mais guerrinhas, para poder dar a desforra, aos vermelhos viets, que o prenderam durante a investida cretina no chuvoso sudoeste asiático, em meados de ‘70. Vai manter a guerrinha no oriente-médio, controlando o preço do óleo. Já pediu para o tão maluco quanto, Putin, cutucar as republiquetas do subúrbio russo, para garantir, ao menos uma faisquinha, com meio pé na Europa.
O mesmo acontece no Canadá. Começaram as campanhas para Primeiro Ministro, súdito da rainha Elizabete II. Aqui, como sempre, as coisas são menos intensas do que lá dos primos do sul. Os debates e provocações, acusações na tv e chacotas são comum em qualquer campanha política. Aqui não seria diferente. O atual Chanceler, Harper, usa a investida no Afeganistão para abocanhar alguns votos, uma vez que a população desaprova o uso de sangue canadense para a construção do país do ópio. Harper que não é bobo, promete tirar as tropas a partir de 2011. O que ele não conta, é que tudo depende de que vencer na terra de tio Sam. Aparentemente, Harper deve torcer para Obama, mas parece mesmo gostar da gang do Bush.
Uma coisa que aqui é diferente do Brasil, é que só vota cidadão. É, é preciso ser cidadão para votar e se quiser. Para canadenses, exercer o direito de voto é uma coisa muito importante. Mas nem todos querem ou se preocupam com isso.
Foi então que eu me lembrei que estão por vir eleições no Brasil também. O mundo resolveu votar. Começou o programa eleitoral gratuito (e obrigatório) nos meios de comunicação. O festival de aberrações e falta de seriedade da sociedade. O reflexo da sociedade brasileira e o despreparo democrático. Vereadores com idéias tão estapafúrdias quanto seus nomes de legenda. Prefeitos sem o mínimo preparo. A propaganda na tv parece um álbum de figurinhas das de filmes de ficção científica trash B. Só falta colocar uma lona e comprar a pipoca para chamar de circo. Se bem que, se colocar uma luz vermelha, vira puteiro.
O Brasil parece estar a deus-dará. Vale tudo para entrar no sistema do governo. Talvez a melhor maneira de levantar uma grana, ser conhecido e não fazer nada. É um problema tão crítico que não se sabe bem, onde começa, muito menos se tem fim. Do vereador banguela ao engomadinho-playboy, o importante é pisar lá.
Talvez o grande problema é a obrigatoriedade do voto. Na democracia-obrigatória nacional. Voto obrigatório. Propaganda obrigatória. Direito obrigatório. Já falei muito disso aqui.
Eleição no Brasil é como Copa do Mundo, uma vez de tempos em tempo, com festas e bandeiras na ruas, e ninguém se lembra mais da escalação do time campeão, mas também não estamos nem aí, em 4 anos tem outra. É a lambança nacional que reflete o contexto de desordem que vive o país. Veja o Rio e a guerra civil entre traficantes, policiais (bons e ruins) e a população (adicta ou não). Isso sem contar nos currais de que não se tem notícia.
Eu estou em minha cruzada Quixotesca, lutando contra o cata-vento da democracia-obrigatória. Espero que um dia, a maturidade democrática mude os viés da política nacional. Provavelmente, não estarei aqui para ver. Como sou contra a obrigação de exercer meu direito, não voto. Justifico.
Música: 300 Picaretas - Paralamas do Sucesso
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 10 September 2008
Wednesday, July 30, 2008
Rá tá tá
Luzes piscam alucinadamente. Explosões. Barulho. Cheiro de borracha queimada dos pneus ralados no chão. Tiros. Sirenes. E heróis que nunca morrem. Em suas motocas maravilhosas ou colocando o boné pra trás, resolvem crimes insolúveis e prendem os mais diversos tipos de mau caráter.
Talvez um Magnum* resolva tudo. Ou o intrépido herói salva a mocinha, sempre linda, das mãos inescrupulosas do gordo e suado com charuto na boca. Tudo com a trilha sonora empolgante. O sonho de ser herói é um barato curtido na sala escura do cinema, e acaba quando a luz acende.
Não são balas de festim. A mocinha não é linda. A motoca é surrada e o boné é velho e suado. A viatura não tem pneu. Não existe o Magnum. E o bandido?
No Brasil sem dono, ninguém sabe mais quem é quem. Dos criminosos milionários, que reclamam de serem algemados aos pés-de-chinelo, muito loucos de crack. Do juiz ao bandido de farda. Corruptores e “corruptados”. É o bang-bang à italiana.
É momento crítico onde a população parece confiar mais no bandido. As suas funções são claras: matar, roubar e infringir a lei. Os chefões do tráfico ainda ajudam a sua comunidade, desde que siga a lei-fora-da-lei, ou morre. Já a polícia, ninguém sabe ao certo o quem é o que.
O total despreparo do soldado. O baixo soldo. A falta de amparo das instituições corrobora com o quadro digno de um filme de Zé do Caixão.
A discussão sobre a segurança pública é inevitável. Morrem como se estivéssemos em Guerra, talvez no Iraque ou Afeganistão. Mas não é, é Rio e São Paulo. Pode ser pior: lá no Oriente Médio pode ser mais seguro e eles estão em Guerra.
Todos nós queremos poder ir ao caixa eletrônico, parar no semáforo vermelho e ter a vida tranqüila, sem se preocupar muito se vai voltar vivo pra casa.
Precisamos da polícia mais equipada e preparada, não há dúvidas. Precisamos pagar mais a ela também. E não podemos esquecer que o órgão é feito de homens. Matéria essencial.
Não há preparo do ser humano. Não só da polícia, mas do todo. Precisamos mesmo é melhorar o ser humano nacional. Educar. Dar a base do berço. Aí quem sabe, um dia, polícia passara a ser polícia e bandidos serão exceções, e eu poderei ir ao cinema de madrugada, ver meus heróis preferidos, e melhor, voltar pra casa, para contar a história pela manhã.
Notas: Magnum é o revolver do Dirty Harry, imortal personagem vingador de Clint Eastwood.
Música: SWAT - trilha sonora
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada D30 July 2008
Talvez um Magnum* resolva tudo. Ou o intrépido herói salva a mocinha, sempre linda, das mãos inescrupulosas do gordo e suado com charuto na boca. Tudo com a trilha sonora empolgante. O sonho de ser herói é um barato curtido na sala escura do cinema, e acaba quando a luz acende.
Não são balas de festim. A mocinha não é linda. A motoca é surrada e o boné é velho e suado. A viatura não tem pneu. Não existe o Magnum. E o bandido?
No Brasil sem dono, ninguém sabe mais quem é quem. Dos criminosos milionários, que reclamam de serem algemados aos pés-de-chinelo, muito loucos de crack. Do juiz ao bandido de farda. Corruptores e “corruptados”. É o bang-bang à italiana.
É momento crítico onde a população parece confiar mais no bandido. As suas funções são claras: matar, roubar e infringir a lei. Os chefões do tráfico ainda ajudam a sua comunidade, desde que siga a lei-fora-da-lei, ou morre. Já a polícia, ninguém sabe ao certo o quem é o que.
O total despreparo do soldado. O baixo soldo. A falta de amparo das instituições corrobora com o quadro digno de um filme de Zé do Caixão.
A discussão sobre a segurança pública é inevitável. Morrem como se estivéssemos em Guerra, talvez no Iraque ou Afeganistão. Mas não é, é Rio e São Paulo. Pode ser pior: lá no Oriente Médio pode ser mais seguro e eles estão em Guerra.
Todos nós queremos poder ir ao caixa eletrônico, parar no semáforo vermelho e ter a vida tranqüila, sem se preocupar muito se vai voltar vivo pra casa.
Precisamos da polícia mais equipada e preparada, não há dúvidas. Precisamos pagar mais a ela também. E não podemos esquecer que o órgão é feito de homens. Matéria essencial.
Não há preparo do ser humano. Não só da polícia, mas do todo. Precisamos mesmo é melhorar o ser humano nacional. Educar. Dar a base do berço. Aí quem sabe, um dia, polícia passara a ser polícia e bandidos serão exceções, e eu poderei ir ao cinema de madrugada, ver meus heróis preferidos, e melhor, voltar pra casa, para contar a história pela manhã.
Notas: Magnum é o revolver do Dirty Harry, imortal personagem vingador de Clint Eastwood.
Música: SWAT - trilha sonora
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada D30 July 2008
Wednesday, July 09, 2008
Taliban, pero no mucho
Alguma coisa deve acontecer entre os paralelos 0 e 35. Pode ser o calor que cozinha o cérebro de alguns. Às vezes é em clima árido, desértico. Outras vezes em clima tropical amazônico, que de tão úmido parece ser uma sauna. Em um nunca chove e quando chove o povo não sabe se diz Aleluia ou se chora, uma vez que é torrencial e alaga tudo. No outro chove todo dia e às vezes, o dia todo, todo dia. O povo já acostumou andar molhado.
O clima amazônico é realmente diferente do clima do deserto. Mas parece que as diferenças acabam ai. Parece que nessa faixa, compreendia pouco acima e pouco abaixo do equador, a pressão dos ventos, marés, sol é maior. Deve gerar o comportamento semelhante.
Na floresta amazônica, terroristas da milícia armada colombiana, as Farc. No deserto afegão, os terroristas extremistas talibans. Um diz que luta pela igualdade e dignidade do povo. Outro por Alá e o mundo islâmico. Não medem esforços para que seus objetivos sejam atingidos. Em nome da Causa, o meio justifica o fim. A estratégia é esmagar o que for obstáculo. Seqüestram, matam, atacam, e que morra quem se meter no meio ou que estiver no meio, por acaso, se assim for o caso.
Na luta contra terror, Bush, o macaco branco americano, começou a Guerra infindável no oriente médio. Ele queria mesmo é o petróleo. Agora lutam lá, sem saber porquê. O mesmo acontece no Afeganistão, que entrincheirados nas Colinas, o talibans planejam a sua conquista do Mundo. Me pergunto se Bush, vai mandar os Marines para a Colombia. Já que terrorista é terrorista e as Farc são farinha do mesmo saco dos talibans. Diferem é que a farinha das Farc é de cocaína e do Taliban é de ópio. Mas se igualam por serem motivados pela lógica mercadológica do tráfico de drogas e pelos lucros assombrosos desse mercado.
Enquanto o mundo assiste as atrocidades da Guerra, a morte de soldados em luta contra o cata-vento, a fuga espetacular do cativeiro, a explosão na embaixada, atentados contra a existência da vida, como em um filme de Hollywood, os terroristas talibenhos e das Farc vão conquistando o mundo, usando da estratégia mais sorrateira possível, desviando o olhar para a pirotecnia bélica enquanto dominam o mundo pelas narinas – dos outros.
Música: Je t’amie a la haine - Soprano
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 9 July 2008
O clima amazônico é realmente diferente do clima do deserto. Mas parece que as diferenças acabam ai. Parece que nessa faixa, compreendia pouco acima e pouco abaixo do equador, a pressão dos ventos, marés, sol é maior. Deve gerar o comportamento semelhante.
Na floresta amazônica, terroristas da milícia armada colombiana, as Farc. No deserto afegão, os terroristas extremistas talibans. Um diz que luta pela igualdade e dignidade do povo. Outro por Alá e o mundo islâmico. Não medem esforços para que seus objetivos sejam atingidos. Em nome da Causa, o meio justifica o fim. A estratégia é esmagar o que for obstáculo. Seqüestram, matam, atacam, e que morra quem se meter no meio ou que estiver no meio, por acaso, se assim for o caso.
Na luta contra terror, Bush, o macaco branco americano, começou a Guerra infindável no oriente médio. Ele queria mesmo é o petróleo. Agora lutam lá, sem saber porquê. O mesmo acontece no Afeganistão, que entrincheirados nas Colinas, o talibans planejam a sua conquista do Mundo. Me pergunto se Bush, vai mandar os Marines para a Colombia. Já que terrorista é terrorista e as Farc são farinha do mesmo saco dos talibans. Diferem é que a farinha das Farc é de cocaína e do Taliban é de ópio. Mas se igualam por serem motivados pela lógica mercadológica do tráfico de drogas e pelos lucros assombrosos desse mercado.
Enquanto o mundo assiste as atrocidades da Guerra, a morte de soldados em luta contra o cata-vento, a fuga espetacular do cativeiro, a explosão na embaixada, atentados contra a existência da vida, como em um filme de Hollywood, os terroristas talibenhos e das Farc vão conquistando o mundo, usando da estratégia mais sorrateira possível, desviando o olhar para a pirotecnia bélica enquanto dominam o mundo pelas narinas – dos outros.
Música: Je t’amie a la haine - Soprano
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 9 July 2008
Friday, May 30, 2008
Cá e Lá
O frio na barriga estava comigo. É sempre assim, nesse hiato entre lá e cá.
Cheguei lá. Disseram-me que estava frio. Eu suava.
Deveria ter ido de chinelo e bermuda. O casaco já fora esquecido na mala. Para mim estava quente, mas vi gente de casaco de inverno.
Estranhei o som na rua, e me senti estúpido. Era um sujeito qualquer falando português. Fiquei meio confuso, mas talvez tenham sido os perfumes que cheirei, no mercadinho do aeroporto.
Foi assim que cheguei de volta ao Brasil. Depois de alguns anos, pisei na Terrinha.
Dessa vez não foi suficiente, o tempo foi muito curto para tudo que precisava e queria fazer. Tive que optar, e optei por fazer o que dava, sendo essa a minha única opção.
Mas pensando bem, o tempo nunca será suficiente. É como quando vamos viajar para algum lugar, e sempre tem uma ou outra coisa que não deu para fazer ou ver, ou aquela preguiça de voltar a rotina, e querer ficar sentado à beira da praia com os pés no mar, dizendo estar vendo o por do sol, mas na verdade estamos vendo mesmo são as mocinhas correndo no final de tarde. Sempre digo que essa é a melhor desculpa para voltar: deixar algo por fazer.
Mesmo assim, quando cheguei, parecia que tinha estado lá, ontem. Mas não foi. Fazia tempo que não pisava lá.
Fui paparicado por mamãe. Tive que maneirar na comida, já que tudo que eu gosto, estava lá, na minha frente. Andei pelo jardim, e relembrei da minha infância em casa. Parece que quando estamos longe por tanto tempo, essas lembranças voltam mais fortes.
Vi meus sobrinhos pequeninos e sorridentes. Conversei com minha irmã. Fomos ao shopping, e ela sentiu-se a mãe mais orgulhosa do mundo, a cada elogio aos gêmeos que estavam nos meus braços. E é engraçado carregar neném no colo, a gente faz careta, baba, fala mole, e se esquece que todo mundo tá olhando para você, com cara de bobo.
Dei risada com minha tia-avó, já tão velhinha, mas com seu humor sarcástico e irônico.
Revi pessoas queridas, que entram em nossas vidas meio sem querer. Tomamos café.
Revi alguns poucos amigos do coração. O tempo foi suficiente para um forte abraço e um beijo, mas insuficiente para colocar a conversa em dia. E infelizmente não consegui ver todos.
Separei um tempinho para ir aos bares que gosto. Afinal, neles escrevi muitas das minhas histórias. É muito bom ser relembrado por todos lá.
E no meio disso tudo, também conheci gente nova. Gente bonita e de bom papo.
Mas sempre tem a hora de ir embora. É a hora que se pensa em ficar.
É a hora que dá aquele gostinho de quero mais. E é nessa hora que ponho a saudade de lado e a deixo lá. E entro no avião já esperando o próximo frio na barriga
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 30 May 2008
Cheguei lá. Disseram-me que estava frio. Eu suava.
Deveria ter ido de chinelo e bermuda. O casaco já fora esquecido na mala. Para mim estava quente, mas vi gente de casaco de inverno.
Estranhei o som na rua, e me senti estúpido. Era um sujeito qualquer falando português. Fiquei meio confuso, mas talvez tenham sido os perfumes que cheirei, no mercadinho do aeroporto.
Foi assim que cheguei de volta ao Brasil. Depois de alguns anos, pisei na Terrinha.
Dessa vez não foi suficiente, o tempo foi muito curto para tudo que precisava e queria fazer. Tive que optar, e optei por fazer o que dava, sendo essa a minha única opção.
Mas pensando bem, o tempo nunca será suficiente. É como quando vamos viajar para algum lugar, e sempre tem uma ou outra coisa que não deu para fazer ou ver, ou aquela preguiça de voltar a rotina, e querer ficar sentado à beira da praia com os pés no mar, dizendo estar vendo o por do sol, mas na verdade estamos vendo mesmo são as mocinhas correndo no final de tarde. Sempre digo que essa é a melhor desculpa para voltar: deixar algo por fazer.
Mesmo assim, quando cheguei, parecia que tinha estado lá, ontem. Mas não foi. Fazia tempo que não pisava lá.
Fui paparicado por mamãe. Tive que maneirar na comida, já que tudo que eu gosto, estava lá, na minha frente. Andei pelo jardim, e relembrei da minha infância em casa. Parece que quando estamos longe por tanto tempo, essas lembranças voltam mais fortes.
Vi meus sobrinhos pequeninos e sorridentes. Conversei com minha irmã. Fomos ao shopping, e ela sentiu-se a mãe mais orgulhosa do mundo, a cada elogio aos gêmeos que estavam nos meus braços. E é engraçado carregar neném no colo, a gente faz careta, baba, fala mole, e se esquece que todo mundo tá olhando para você, com cara de bobo.
Dei risada com minha tia-avó, já tão velhinha, mas com seu humor sarcástico e irônico.
Revi pessoas queridas, que entram em nossas vidas meio sem querer. Tomamos café.
Revi alguns poucos amigos do coração. O tempo foi suficiente para um forte abraço e um beijo, mas insuficiente para colocar a conversa em dia. E infelizmente não consegui ver todos.
Separei um tempinho para ir aos bares que gosto. Afinal, neles escrevi muitas das minhas histórias. É muito bom ser relembrado por todos lá.
E no meio disso tudo, também conheci gente nova. Gente bonita e de bom papo.
Mas sempre tem a hora de ir embora. É a hora que se pensa em ficar.
É a hora que dá aquele gostinho de quero mais. E é nessa hora que ponho a saudade de lado e a deixo lá. E entro no avião já esperando o próximo frio na barriga
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 30 May 2008
Tuesday, May 06, 2008
Férias em Casa
Lembro da primeira vez que tomei um avião. Eu era pequeno. Sentei ao lado de meu pai. Naquela época ainda podia-se fumar na cabine e os talheres eram de metal. Não sei ao certo para onde íamos e realmente pouco importava, estava em um avião. Sentei na janelinha e vi as coisas diminuírem até que as nuvens apareceram. E foi emocionante.
Lembro também, que anos depois, iria sair do país pela primeira vez. Iria de PanAm. Norte-América me aguardava e ficaria um tempo na casa do meu grande amigo.
Era a aventura de ir sozinho para terras desconhecidas, de idioma estranho e mulheres sem bunda e de peitão. Não sabia como seria, não tinha idéia, mas sabia que seria uma aventura bacana. E foi.
Depois fiz muitas outras viagens pelo mundo. Rodei a Europa de mochila. Eu e minha irmã levantávamos o dedo, e pra onde soprava, era para lá que iríamos. Conhecemos pessoas no percurso, que nunca mais vimos. Conhecemos um monte de lugares, e logicamente um monte de fotos e histórias. Fui outras vezes ao velho continente e a América. Fui ver o primeiro raio de sol lá no Japão e vi o sol da meia-noite na Suécia.
Minhas férias eram gastas rodando o mundo fora de casa. Acabava uma viagem, pensando já, na outra. Férias são para isso. Ir conhecer coisas e expandir o conhecimento e a cabeça. Ir sempre para algum lugar diferente, voltar e ter um monte de coisa para contar.
Férias...
Agora alguma coisa mudou. E mudou muito. Estou saindo de férias, apesar de ser curtinha, de 7 dias, são férias. Não vou a um lugar desconhecido. O idioma é o meu. Os costumes eu já sei. Sei o que vou pedir para comer. As mulheres terão bunda, e algumas já mandaram por o peitão. Será tudo diferente das férias que tive.
Vou de férias de volta para casa. Parece ser estranho dizer que, suas férias serão de volta para casa. Mas isso é um fato de quem não mora mais onde nasceu.
Hoje, ir de volta pra casa é a aventura de rever a mãe, de ver quem você nunca viu antes, mas já os conhece. É a aventura de rever os amigos e saber das histórias que você não sabe. De contar as aventuras que teve. É ir de encontro ao novo-conhecido.
Mas mais que isso é ir de encontro com tudo aquilo que você deixou para trás. De balançar ao ver tudo aquilo junto. De pensar na vida e gastar uns segundos, perguntando-se se você fez ou não certo, sabendo que essa resposta não existe. Ir de volta pra casa é tão emocionante como a minha primeira viagem de avião.
Notas: Faz tempo que não volto para “casa”. Desde que sai, há 2,5 anos é a primeira vez que volto.
Música: Mudaram as Estações - Cassia Eller
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 06 May 2008
Lembro também, que anos depois, iria sair do país pela primeira vez. Iria de PanAm. Norte-América me aguardava e ficaria um tempo na casa do meu grande amigo.
Era a aventura de ir sozinho para terras desconhecidas, de idioma estranho e mulheres sem bunda e de peitão. Não sabia como seria, não tinha idéia, mas sabia que seria uma aventura bacana. E foi.
Depois fiz muitas outras viagens pelo mundo. Rodei a Europa de mochila. Eu e minha irmã levantávamos o dedo, e pra onde soprava, era para lá que iríamos. Conhecemos pessoas no percurso, que nunca mais vimos. Conhecemos um monte de lugares, e logicamente um monte de fotos e histórias. Fui outras vezes ao velho continente e a América. Fui ver o primeiro raio de sol lá no Japão e vi o sol da meia-noite na Suécia.
Minhas férias eram gastas rodando o mundo fora de casa. Acabava uma viagem, pensando já, na outra. Férias são para isso. Ir conhecer coisas e expandir o conhecimento e a cabeça. Ir sempre para algum lugar diferente, voltar e ter um monte de coisa para contar.
Férias...
Agora alguma coisa mudou. E mudou muito. Estou saindo de férias, apesar de ser curtinha, de 7 dias, são férias. Não vou a um lugar desconhecido. O idioma é o meu. Os costumes eu já sei. Sei o que vou pedir para comer. As mulheres terão bunda, e algumas já mandaram por o peitão. Será tudo diferente das férias que tive.
Vou de férias de volta para casa. Parece ser estranho dizer que, suas férias serão de volta para casa. Mas isso é um fato de quem não mora mais onde nasceu.
Hoje, ir de volta pra casa é a aventura de rever a mãe, de ver quem você nunca viu antes, mas já os conhece. É a aventura de rever os amigos e saber das histórias que você não sabe. De contar as aventuras que teve. É ir de encontro ao novo-conhecido.
Mas mais que isso é ir de encontro com tudo aquilo que você deixou para trás. De balançar ao ver tudo aquilo junto. De pensar na vida e gastar uns segundos, perguntando-se se você fez ou não certo, sabendo que essa resposta não existe. Ir de volta pra casa é tão emocionante como a minha primeira viagem de avião.
Notas: Faz tempo que não volto para “casa”. Desde que sai, há 2,5 anos é a primeira vez que volto.
Música: Mudaram as Estações - Cassia Eller
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 06 May 2008
Thursday, April 17, 2008
Livro em Branco
Aconteceu em meados de 70, quando eu usava o cabelo em forma de tigela. Era primavera, como hoje, só que no hemisfério do sul e certamente, estava mais quente. Não me lembro quantos anos tinha, estava na escolinha. Sentado em um carrinho de madeira, dei com a testa na quina. Sangue para todo lado, e uma cicatriz na face. Lembro que chorei. Acho que chorei mais de desespero de ver minha irmã chorando ao me ver, em todo aquele sangue, do que de dor, porque não me lembro da dor. Mas me lembro do choro. Tenho então 13 pontos na testa. Nessa época, lembro das minhas brincadeiras na rua, de subir na árvore e correr pelo quintal, com meu fox paulistinha, Bilú. E Bilú, com todo seu porte de fox paulistinha, era fiel e feroz. Uma fera de 5 quilos.
Já nos anos oitenta, década de ouro, destruí uma bicicleta caindo de fuça no chão. Estava com um amigo, e sentado na poça de sangue, pedi que fosse chamar a mãe dele, já que o hospital me esperava mais uma vez, e talvez se tornasse rotina em minha vida. Logicamente, alguns pontos, e a cicatriz na cara. Mas esse período não deixou só marcas de acidentes, foi marcado pelas bandas de rock, pela adolescência e descobertas.
Em oitenta, ouvindo os então novos, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Blitz e tantos outros do rock nacional, fazia viagens com a escola e acampamentos com meus amigos-escudeiros, em lugares remotos, onde quanto pior, melhor. Fui à praia de ônibus, em uma saga aventura. Começaram as paqueras, e descobri que meninas não eram tão chatas assim e que no fundo, gostava delas. Romancezinhos ingênuos. E o drama da adolescência.
Quando vi, duas décadas tinham se passado, e eu já tinha uma porção de histórias para contar. Mas em 90, no auge da juventude, sem tanta ingenuidade dos 80, aconteceram coisas como vestibular, festas de gente grande, inúmeros dias de ressaca, a noite anterior certamente foi uma festa, e não necessariamente festa em final de semana, porque todo dia, era dia de festa, e que festas!
Fui também conhecer o mundo. Rodei de mochila por ai. Visitei lugares e mais lugares. Tem lugar que nem sei onde é que estava, como a vez que tive que negociar com um policial de fronteira, de um país do leste europeu, meu passaporte de volta. Ou no Japão, quando vi o monstruoso e gigantesco Monte Fuji. Cada viagem daria um livro.
E logicamente com tantas viagens e festas, romances e mais romances, amores e desamores tinham que acontecer.
Lembro de Beatriz, menina-moça que me tirava do sério com suas formas. Menina nem grande, nem pequena. Média. Seios médios e bunda média. Tudo médio em harmonia. Tinha tudo ali, a ingenuidade pós-adolescência e com a sensualidade de uma mulher. Era uma coisa de enlouquecer qualquer moleque no pico da porra na cabeça.
Ana e suas coxas grossas, lábios carnudos e batom vermelho. Uma mulher. Era mais velha que eu, e não se importava. Luiza e seu beijo espetacular e o amor infinito, até que acabou. Da paixão avassaladora por Mariana, que o fogo consumiu. Do namoro tranqüilo com Carolina. Do romance secreto que tive, e sou impossibilitado de revelar o nome, mas posso dizer que ela era linda, de parar o transito. Uma delícia de mulher com seu corpo maravilhoso, peitos, bunda, cabelo, beijo espetacular e além de tudo, éramos grandes amigos.
Ou então dos diversos casos casuais, entre festas e fogos, que contam cada um, um romance passageiro, que talvez, fosse só de uma noite trancado em um quarto de hotel. Paixões de momentos e instantes.
Agora, 30 anos depois da testada que dei, continuo a colecionar pontos e cicatrizes. Continuo a viajar pelo mundo de mochila. Ouço ainda as bandas de garagem dos anos 80, elas continuam muito boas. Continuo tendo romances e mais romances.
Isso tudo porque acredito que a vida é um livro em branco, e resta a nós escrevermos as histórias. Minhas histórias são do passado e do presente e agora vou escrever histórias para o futuro.
Música: Será - Legião Urbana
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 17 April 2008
Já nos anos oitenta, década de ouro, destruí uma bicicleta caindo de fuça no chão. Estava com um amigo, e sentado na poça de sangue, pedi que fosse chamar a mãe dele, já que o hospital me esperava mais uma vez, e talvez se tornasse rotina em minha vida. Logicamente, alguns pontos, e a cicatriz na cara. Mas esse período não deixou só marcas de acidentes, foi marcado pelas bandas de rock, pela adolescência e descobertas.
Em oitenta, ouvindo os então novos, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Blitz e tantos outros do rock nacional, fazia viagens com a escola e acampamentos com meus amigos-escudeiros, em lugares remotos, onde quanto pior, melhor. Fui à praia de ônibus, em uma saga aventura. Começaram as paqueras, e descobri que meninas não eram tão chatas assim e que no fundo, gostava delas. Romancezinhos ingênuos. E o drama da adolescência.
Quando vi, duas décadas tinham se passado, e eu já tinha uma porção de histórias para contar. Mas em 90, no auge da juventude, sem tanta ingenuidade dos 80, aconteceram coisas como vestibular, festas de gente grande, inúmeros dias de ressaca, a noite anterior certamente foi uma festa, e não necessariamente festa em final de semana, porque todo dia, era dia de festa, e que festas!
Fui também conhecer o mundo. Rodei de mochila por ai. Visitei lugares e mais lugares. Tem lugar que nem sei onde é que estava, como a vez que tive que negociar com um policial de fronteira, de um país do leste europeu, meu passaporte de volta. Ou no Japão, quando vi o monstruoso e gigantesco Monte Fuji. Cada viagem daria um livro.
E logicamente com tantas viagens e festas, romances e mais romances, amores e desamores tinham que acontecer.
Lembro de Beatriz, menina-moça que me tirava do sério com suas formas. Menina nem grande, nem pequena. Média. Seios médios e bunda média. Tudo médio em harmonia. Tinha tudo ali, a ingenuidade pós-adolescência e com a sensualidade de uma mulher. Era uma coisa de enlouquecer qualquer moleque no pico da porra na cabeça.
Ana e suas coxas grossas, lábios carnudos e batom vermelho. Uma mulher. Era mais velha que eu, e não se importava. Luiza e seu beijo espetacular e o amor infinito, até que acabou. Da paixão avassaladora por Mariana, que o fogo consumiu. Do namoro tranqüilo com Carolina. Do romance secreto que tive, e sou impossibilitado de revelar o nome, mas posso dizer que ela era linda, de parar o transito. Uma delícia de mulher com seu corpo maravilhoso, peitos, bunda, cabelo, beijo espetacular e além de tudo, éramos grandes amigos.
Ou então dos diversos casos casuais, entre festas e fogos, que contam cada um, um romance passageiro, que talvez, fosse só de uma noite trancado em um quarto de hotel. Paixões de momentos e instantes.
Agora, 30 anos depois da testada que dei, continuo a colecionar pontos e cicatrizes. Continuo a viajar pelo mundo de mochila. Ouço ainda as bandas de garagem dos anos 80, elas continuam muito boas. Continuo tendo romances e mais romances.
Isso tudo porque acredito que a vida é um livro em branco, e resta a nós escrevermos as histórias. Minhas histórias são do passado e do presente e agora vou escrever histórias para o futuro.
Música: Será - Legião Urbana
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 17 April 2008
Saturday, March 15, 2008
A Puta
A hipocrisia transborda pelas bordas do mundo. Parece ser uma má, praga ou simplesmente uma questão humana. Pelo mundo todo, ela cruza fronteiras parecendo ser um vírus “internético”.
Vejamos a guerrinha que os nossos vizinhos queriam armar. Chávez, o demônio da Venezuela que pôs lenha na fogueira e ainda jogou gasolina. Alimentou as FARC com dólares, para provocar os EUA. Maluco, sem muito que fazer, acha que uma guerrinha no vizinho, seria uma boa diversão.
Já a Colômbia quer que as FARC sumam. Contudo, não há política interna suficiente para isso, e os traficantes continuam no comando. Cutucaram o Equador, que tava lá, de olheiro. Uns traques ali, outros aqui, ficou tensa a situação. O Brasil se meteu no meio, para separar a briga de comadres. Foi da turma do “deixa disso”, famosos em pancadarias de boates. O índio-boliviano Morales não participou dessa. Estava fumando um baseadozinho, para relaxar. E no final, como em briga de covardes, acabou todo mundo falando mal um do outro e descobrindo que todos eles têm a mesma mãe, e na maior hipocrisia, acabaram com tapinhas nas costas.
Mas a hipocrisia veio à tona, aqui na América do Norte.
Com as eleições americanas por vir, essa questão fica mais evidente. Na disputa pela disputa da Casa Branca, tem um preto e uma branca. E vale tudo, sem ser preto no branco, para chegar lá.
Foi numa dessa que o governador de NY caiu. Defensor dos bons costumes, batalhador contra a corrupção e blá blá blá, foi pego com batom na cueca. E batom na cueca não tem explicação. O ex-governador fazia parte do luxuoso cenário upper level da luxuria novaiorquina. Democrata, partidário à branca, a mesma que apoiou o maridão, no famoso boquete dos anos 90, gastou uma fortuna com as mocinhas, que não eram da casa de Geane, mas não menos santas.
Vamos ver se esse costume Democrata de promover orgias, boquetes e festas do cabide continuará com próximo presidente, seja Obama ou Sra. Clinton. Torço para Clinton, porque a festa será muito mais interessante.
Se o Republicano George W. Bush tivesse uma Lewinsky, uma rede de scorts ou até mesmo Geane, o mundo seria muito mais feliz. Tá na cara que ele não transa faz tempo, isso é, se um dia, o fez.
Agora hipocrisia é a que o governador caiu, porque a mocinha brasileira abriu a boca. E não foi para um boquete, não dessa vez. Presa por tráfico e prostituição, ela contou tudo ao FBI. E como boa garota de programa, não fez por amor.
Ela vai sair na Playboy logo mais, ou lançará um livro, coisa da moda no nicho. Se a fama de brasileira no exterior e de ser puta, agora então, retificou, infelizmente.
Mas pergunto: se a prostituta brasileira em NY conseguiu detonar o governador, porque é que as garotas de Geane não abalaram em nada o governo brasileiro?
Música: The Pennis Song - Cameron Diaz, Christina Applegate, Selma Blair - Sweetest Thing
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 13 March 2008
Vejamos a guerrinha que os nossos vizinhos queriam armar. Chávez, o demônio da Venezuela que pôs lenha na fogueira e ainda jogou gasolina. Alimentou as FARC com dólares, para provocar os EUA. Maluco, sem muito que fazer, acha que uma guerrinha no vizinho, seria uma boa diversão.
Já a Colômbia quer que as FARC sumam. Contudo, não há política interna suficiente para isso, e os traficantes continuam no comando. Cutucaram o Equador, que tava lá, de olheiro. Uns traques ali, outros aqui, ficou tensa a situação. O Brasil se meteu no meio, para separar a briga de comadres. Foi da turma do “deixa disso”, famosos em pancadarias de boates. O índio-boliviano Morales não participou dessa. Estava fumando um baseadozinho, para relaxar. E no final, como em briga de covardes, acabou todo mundo falando mal um do outro e descobrindo que todos eles têm a mesma mãe, e na maior hipocrisia, acabaram com tapinhas nas costas.
Mas a hipocrisia veio à tona, aqui na América do Norte.
Com as eleições americanas por vir, essa questão fica mais evidente. Na disputa pela disputa da Casa Branca, tem um preto e uma branca. E vale tudo, sem ser preto no branco, para chegar lá.
Foi numa dessa que o governador de NY caiu. Defensor dos bons costumes, batalhador contra a corrupção e blá blá blá, foi pego com batom na cueca. E batom na cueca não tem explicação. O ex-governador fazia parte do luxuoso cenário upper level da luxuria novaiorquina. Democrata, partidário à branca, a mesma que apoiou o maridão, no famoso boquete dos anos 90, gastou uma fortuna com as mocinhas, que não eram da casa de Geane, mas não menos santas.
Vamos ver se esse costume Democrata de promover orgias, boquetes e festas do cabide continuará com próximo presidente, seja Obama ou Sra. Clinton. Torço para Clinton, porque a festa será muito mais interessante.
Se o Republicano George W. Bush tivesse uma Lewinsky, uma rede de scorts ou até mesmo Geane, o mundo seria muito mais feliz. Tá na cara que ele não transa faz tempo, isso é, se um dia, o fez.
Agora hipocrisia é a que o governador caiu, porque a mocinha brasileira abriu a boca. E não foi para um boquete, não dessa vez. Presa por tráfico e prostituição, ela contou tudo ao FBI. E como boa garota de programa, não fez por amor.
Ela vai sair na Playboy logo mais, ou lançará um livro, coisa da moda no nicho. Se a fama de brasileira no exterior e de ser puta, agora então, retificou, infelizmente.
Mas pergunto: se a prostituta brasileira em NY conseguiu detonar o governador, porque é que as garotas de Geane não abalaram em nada o governo brasileiro?
Música: The Pennis Song - Cameron Diaz, Christina Applegate, Selma Blair - Sweetest Thing
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 13 March 2008
Sunday, March 09, 2008
Um Restaurante

Domingo. Um dia de sol. Frio é verdade, mas um dia bonito. A neve esta acumulada da tempestade dos dias anteriores. Resolvi passear com minha bicicleta e desfrutar do dia ensolarado. Pedalava pela cidade e me deparei com um restaurantezinho com um nome muito familiar à mim.
A lembrança dos meus dias de moleque vieram à tona. Dias em que éramos preocupados com a peleja da sexta, dos Camisa e dos Sem Camisa, e não necessariamente jogávamos sempre para o mesmo time! Até montamos um time que nunca perdia, como consta nos autos secretos. Voltam lembranças das brincadeiras e a amizade inseparável. E claro que não deixaria de me lembrar da nossa vontade de mudar o mundo. Minha galera era talvez, politicamente correta demais para pensar em uma revolução armada, mas éramos insatisfeitos como todo jovem cheio de energia, queríamos o mundo melhor.
É impossível não lembrar das histórias que escrevemos sentados na mesa do restaurante, conspirando à favor do mundo em meio a piadas e conversas de botequim. Na mesma mesa conversávamos sobres os amores e desamores, entre um copo de cerveja gelado e um bom petisco. Incontáveis noites e memoráveis histórias.
Mas também me lembrou das vezes, que ia ao restaurante com meu pai, e como bons garfos comíamos, e como comíamos bem. Lembrou-me das muitas conversas que tive, sentado à mesa, quando conversávamos sobre tudo, e do quanto aprendi com ele, e do quanto ensinei. Lembrou-me das vezes, que levamos para casa, coisas do restaurante para minha mãe, e como ela gostava! Na mesa do restaurante, aprendia a cozinhar com minha mãe. Sei cozinhar, mas não chego perto da sua deliciosa comidinha.
Esse nome me trouxe mesmo muitas lembranças e muitas saudades. Lembranças dos que lá deixei e conheço, e até uma saudade estranha, daqueles que eu não conheço como os filhos dos meus queridos amigos e meus lindos sobrinhos recém-nascidos.
Notas* Arabesk era o nome do restaurante do meu grande amigo Carlão, o qual freqüentávamos assiduamente. Arabesque, foi o restaurante que passei em frente, nunca fui lá, e nem sabia que existia.
Música: Take the way home - Supertramp - Classics Vol 9
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 9 March 2008
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