Escrevi sobre um monte de coisa. Política. Romance. Vida. Opiniões banais da vida cotidiana. Das coisas que nos cercam. Das diferentes realidades que vivemos.
É, tem um bocado de coisa ai.
Falei mal do Lula. Detonei com o Bush. Vi o Obama vencer.
Briguei com Juiz bunda mole. Já fui clonado, e inserido em jornal de renome.
Fiz piada. Fiz chorar. Contei das minhas lembranças. Falei do futuro.
Nunca reli tudo que escrevi, e acho que nunca vou fazer. Sei que têm gente que já releu um monte de vezes...
Já gerei ódio e devo ter leitoras-amantes-secretas.
Aqui já falei quase de tudo. Sem papas na língua.
Mas esta faltando um tópico. Vem me perseguindo, martelando minha cabeça. Toda vez que vou escrever sobre isso, pronto, alguma coisa acontece!
Eleição. Seqüestro. Guerra. Greve. Bolsa que quebra. Pancadaria na esquina. E eu, ai, desbundo e não escrevo.
Resolvi deixar tudo isso de lado e partir pro abraço, como diria um “jogadô” de futebol da várzea, lá de perto de casa.
Pois é, dizem por ai, que foi há 50 anos que inventaram a Bossa-nova. Falam que foi o Tio João, não o arroz, mas o Gilberto. Uns dizem que foi outro, talvez Menescal ou Jobim.
Eu não sei ao certo quem é que foi, só sei que foi. E é isso que importa.
A bossa era uma e vieram com uma outra tal, nova. Virou bossa-nova. E agora esta cinquentona, mas enxutona e nem mandou por peitão de silicone e nem botox. Do banquinho e violão, a roda de samba e a influência do Jazz.
O negão americano sambando em síncopes e a mulata sapatendo em tercinas alternadas bemolizadas na terça e quinta - a blue note.
A bossa-nova, influência até o jazz, no reverso do caminho. Imagine só você, que agora a onda é sincopar a batida do jazz, colocando o swing do samba. Música contemporânea. A bossa que influência a MPB. MPB de Elis, Chico, Gil, Caetano, Marisa, Ana Carolina... Mesmo até quem não aceite, o Roqueiro Tremendão e o rock’n’roll de Roberto Carlos tem suas pitatas de bossa.
Não dá pra separar tudo isso dessa coisa chamada música. Parece que, tudo esta separado mas esta tudo junto.
Mas música é assim. Não é uma coisa só, nem um só organismo. É um órgão universal multifacetado. Porque não importa onde é que seja, que você esteja, sempre haverá música.
Pode ser Mozart e Betoween ou modernista Villa-Lobos, arrepiando o clássico. Caveleira e Ozzy em suas cabeleiras. Lennon e Paul. Zé Mineiro e Marciano. Dire Straits e Supertramp. Chet e Miles. Parker e Coltrane. Vaughan e Krall.
Tem sempre aquela música, naquele momento. Música parece ser para o ouvido, mas não é. Música é um embolado.
Pode ser cantarolando andando por ai, com um violão em casa ou assobiando sem se dar conta. Está incorporada e sai sem exorcismo.
Todo mundo têm “a” música. A música do casalzinho apaixonado no coral. A música do ódio mortal, do fim daquilo que parecia infinito. Música da vitória do time. Da derrota. Daquele beijo. Daquela gostosa. Da infância. E da velhice.
Tem até a ausência da música, é o silêncio. Que marca também, afinal, naquele dia, naquela hora, o que faltou e marcou foi não ter aquela música.
Música tem gosto, cheiro e tato.
Música é assim, inspira, respira, transpira, chora, ri... Pouco importa quem foi que criou o jazz, o clássico, o punk-rock ou a bossa-nova. É o caso que, o começo não implica no fim.
Uns cantam. Uns tocam violão. Hermeto toca chaleira. Índio toca bumbo. Uns pandeiro. Outros caixa de fósforos. E todos nós batemos palmas.
Música: The Gentle Rain - Jim Tomlinson & Stacey Kent - Brazillian Sketches
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 12 Dec 2008Aqui a música desse artigo
1 comment:
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