Wednesday, November 30, 2005

Super Ávit, o frágil herói

Enquanto escrevo aqui, o Deputado Zé Dirceu esta sendo julgado pelo Supremo. Ainda que exista a corrente pró-Dirceu, o Zé esta realmente politicamente abalado. Mas isso tanto faz agora, porque as conseqüências sofridas por nós, são bastante fortes.

Diziam que a economia estava “blindada” da crise política, sempre achei que não. Pena que não escrevi e deixei isso claro e registrado. Como quase todas as ciências humanas, a economia, leva um tempo para sentir. Seria impossível não sofrer com a crise. Como disse um escritor sueco de teorias sobre negócios, “o mundo gira em torno de compras e transa”. E parece que ele esta certo. Jeane é a mulher da hora e a crise finalmente atingiu o mercado.

Lula e seus pares, com a língua presa falando com o assobiozinho característico dos petistas, embasavam a economia no superávit. Como a crise atingiu o ministro Palocci [lá no partido, Palófi] foi-se então, o embasamento da teoria do “superávit”.

Lógico que todo mundo quer gastar menos do que ganha. Todo mundo, eu, você, eles. E o Lula justificava todo com isso. Quem engoliu, esta com gastrite. Eu não engoli.

Sempre disse que o superávit da balança comercial nacional, era devido às exportações de commodities, que não aumenta o tamanho do mercado interno e ainda por cima, concentra mais a renda e das taxas exorbitantes dos nossos impostos.

Percebe-se isso olhando o nosso PIB. Pibizinho. Coitado.

Simplesmente justificar tudo com uma balança comercial positiva, é só mostrar um lado da bunda! Não houve crescimento significativo das riquezas produzidas no país.

Se entender que esse balanço é feito assim: o que se arrecada menos o que se gasta. Ou seja, conta de mais e de menos, lá do primário. Pergunte-se de onde vem a arrecadação do governo? Dos impostos, certo?! O que aconteceu com a nossa carga tributária? Aumentou!

E os gastos? São pagamentos e investimentos. Aumentou o número de empregados no setor público e diminuíram os investimentos.

Com isso sobra até dinheiro para pagar a nossa dívida externa. Para quem não sabe, o patamar do superávit foi estipulado em torno de 4,25! Mas na verdade ele é de 6 e alguma coisa. Com o que sobra, dizem que pagam a dívida externa.

Mas eu me pergunto:

Em um país tão precário quanto o nosso, como pode sobrar dinheiro para aumentar o tamanho da máquina estatal e pagar os juros de nossa divida? Será que sobra grana ou falta?

Não dá pra entender porque temos escolas cada vez pior, hospitais em condições sub-humanas, polícia totalmente despreparada, infra-estrutura capenga e tudo mais, se há superávit na balança!

Acho que não falta dinheiro, falta é investir certo. E certo não é com as garotas da Jeane e nem colocar no saco, aquele da cueca!

Fernando Katayama 30 nov. 05

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