Acabo de tomar meu banho. Ia indo dormir. São duas da matina. Respondi e-mails, alias preciso agradecer minha amiga Patrícia pelo comentário ao meu ultimo texto e ao Bill, este terei que responder a altura, devido ao comentário que fez, extremamente pertinente, mas farei em outro momento.
Mas o que me motivou a vir escrever a essa hora, foi uma idéia que tive. Um simples flash fantasioso enquanto tomava banho. Outra coisa que eu adoro é banho. Não sei se é coisa de índio ou da minha parte nipônica, já que são povos que adoram banho, mas enfim, eu gosto. Não se preocupem com o sabonete no chão, isso não acontece, uso sabonete liquido.
Voltando, tive o tal lampejo. Claro que foi político, estou atado, colado a esse maldito tema.
Pensei sobre a CPMI. É CPMI. Incrível, não é!? E o que pode ser novidade nessa coisa? Nada, a não ser, o significado.
Para vocês, pode ser Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, mas eu acho que é outra coisa.
Vejamos.
Disseram que o Zé Dirceu tinha culpa no cartório, e que deveria se cassado. Ate agora nada. Zé disse que como ministro da casa civil, não sabia de nada e que como deputado menos ainda. O Presidente, já falou tanta bobagem que quando abre a boca, os seus assessores, gelam os pés. Não sabem se ele vai falar besteira ou tomar um gole do 12 anos. Nada acontece.
Dinheiro vai, dinheiro vem. Offshores. Paraísos. E mais uma vez, nada. Quem nada é peixe. E peixe morre pela boca. Mas lá tem outro tipo de peixe. E vejam bem, é uma comissão de inquérito. Mas parece muito mais um poleiro.
Além da total falta de organização, a baderna é tanta que da nos nervos ver aquela passasão de gente, para um lado para o outro. Careca de garçom. Nariz de deputado. Teta das garotas da Jeane. Um mundaréu de gente atrás, na frente do lado, que nem da para ver qual é o fulano que esta falando.
Se bem que isso pouco importa, tanto para quem esta lá sendo ouvido como para os outros. Bochichos, celulares, berros, risadas. Um clima muito sério para uma coisa tão besta. O enquistado, também não esta nem aí para a pergunta, porque a resposta ele já sabe, e não importa a pergunta.
Olha só como começa uma pergunta: “Senhor excelentíssimo presidente, senador, que preside esta casa, ilustríssimo senhor senador Ribanildo Alves da Cunha do Caralho a Quatro Terceiro Neto. Caro senhor excelentíssimo Ex-presidente desta casa, atual e futuro presidente da outra casa. Membro Presidente do PSDVYX, honrado titular da cadeira especial da tribuna da Maracanã, excelentíssimo deputado estadual José Pinto Galo Costas Quentes. Caro senador, honrado assistente titular da seção quinta, desta casa, e da quadragésima nova vara das juntas especiais do Estado, excelentíssimo doutor nobre senador Amarildo Dos Anjos Asas Curtas dos Quintos. E com o muito respeito ao ilustríssimo senhor Ministro da Fazenda, excelentíssimo deputado Pocotofi, sério e estimado membro, importantíssimo para a democracia brasileira, antes de qualquer coisa, quero com todo respeito que o senhor provem, agradecer sua presença nesta casa, mostrando a coragem única que nos ilumina. Para continuar meu exemplar raciocínio, preciso lembrar-lhes do acontecido no ano hum mil quinhentos e vinte e cinto, quando aquela data...” [horas depois] ... “preciso invocar então o artigo quinto, do parágrafo quarto, escrita no livro mil duzentos de setenta e cinco, do volume treze, da coleção quinze, da data de trinta e um de setembro de hum mil setecentos e setenta e um....”, [a mesma baderna continua] “e para concluir então, faço a minha pergunta: qual é a cor do cavalo branco de Dom Pedro I? E não só, de extrema relevância, onde é que Dom Pedro conseguiu o dinheiro para a compra do feno do animal? Quem foi que foi buscar o dinheiro no Banco Central da República*? Qual o valor cobrado pelo baixo clero? Era um valor mensal?... assim encerro minha questão”.
Tudo sem a quebra do decoro e de importância singular. Só levou três horas para isso tudo.
A resposta: “nobre colega, começarei pelo inverso do pretérito oposto. Mas a verdade é única: Não vi. Não sei. Não estava presente. Não é da minha responsabilidade. Mas garanto, se houver qualquer irregularidade, iremos apurar”.
É obvio que ninguém quer nada com nada. Só aparecer na bancada eleitoreira com mídia grátis para o Brasil todo. Então porque não brigar com o outro nobre colega de casa, sem logicamente quebrar o decoro parlamentar. Ou então gritar ou espernear, soltar as penas e deixar a pomba gira aparecer diante às câmeras? A eleições aproximam!
Agora eu pergunto, sem firulas ou decoro, será que não era mais importante discutirmos assuntos relevantes como orçamento, superávit, políticas de incentivo, educação, saúde e claro fazer perguntar objetivas, claras e esclarecedoras aos enquistados?
CPMI, para mim é: Como Perder Momentos Importantes. Porque até agora isso parece uma grande perda de tempo e poderia ter servido para começarmos a mudar nosso país.
* D. Pedro I não tem nada haver com a Proclamação da República.
Por Fernando Katayama 25 nov. 05
Mas o que me motivou a vir escrever a essa hora, foi uma idéia que tive. Um simples flash fantasioso enquanto tomava banho. Outra coisa que eu adoro é banho. Não sei se é coisa de índio ou da minha parte nipônica, já que são povos que adoram banho, mas enfim, eu gosto. Não se preocupem com o sabonete no chão, isso não acontece, uso sabonete liquido.
Voltando, tive o tal lampejo. Claro que foi político, estou atado, colado a esse maldito tema.
Pensei sobre a CPMI. É CPMI. Incrível, não é!? E o que pode ser novidade nessa coisa? Nada, a não ser, o significado.
Para vocês, pode ser Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, mas eu acho que é outra coisa.
Vejamos.
Disseram que o Zé Dirceu tinha culpa no cartório, e que deveria se cassado. Ate agora nada. Zé disse que como ministro da casa civil, não sabia de nada e que como deputado menos ainda. O Presidente, já falou tanta bobagem que quando abre a boca, os seus assessores, gelam os pés. Não sabem se ele vai falar besteira ou tomar um gole do 12 anos. Nada acontece.
Dinheiro vai, dinheiro vem. Offshores. Paraísos. E mais uma vez, nada. Quem nada é peixe. E peixe morre pela boca. Mas lá tem outro tipo de peixe. E vejam bem, é uma comissão de inquérito. Mas parece muito mais um poleiro.
Além da total falta de organização, a baderna é tanta que da nos nervos ver aquela passasão de gente, para um lado para o outro. Careca de garçom. Nariz de deputado. Teta das garotas da Jeane. Um mundaréu de gente atrás, na frente do lado, que nem da para ver qual é o fulano que esta falando.
Se bem que isso pouco importa, tanto para quem esta lá sendo ouvido como para os outros. Bochichos, celulares, berros, risadas. Um clima muito sério para uma coisa tão besta. O enquistado, também não esta nem aí para a pergunta, porque a resposta ele já sabe, e não importa a pergunta.
Olha só como começa uma pergunta: “Senhor excelentíssimo presidente, senador, que preside esta casa, ilustríssimo senhor senador Ribanildo Alves da Cunha do Caralho a Quatro Terceiro Neto. Caro senhor excelentíssimo Ex-presidente desta casa, atual e futuro presidente da outra casa. Membro Presidente do PSDVYX, honrado titular da cadeira especial da tribuna da Maracanã, excelentíssimo deputado estadual José Pinto Galo Costas Quentes. Caro senador, honrado assistente titular da seção quinta, desta casa, e da quadragésima nova vara das juntas especiais do Estado, excelentíssimo doutor nobre senador Amarildo Dos Anjos Asas Curtas dos Quintos. E com o muito respeito ao ilustríssimo senhor Ministro da Fazenda, excelentíssimo deputado Pocotofi, sério e estimado membro, importantíssimo para a democracia brasileira, antes de qualquer coisa, quero com todo respeito que o senhor provem, agradecer sua presença nesta casa, mostrando a coragem única que nos ilumina. Para continuar meu exemplar raciocínio, preciso lembrar-lhes do acontecido no ano hum mil quinhentos e vinte e cinto, quando aquela data...” [horas depois] ... “preciso invocar então o artigo quinto, do parágrafo quarto, escrita no livro mil duzentos de setenta e cinco, do volume treze, da coleção quinze, da data de trinta e um de setembro de hum mil setecentos e setenta e um....”, [a mesma baderna continua] “e para concluir então, faço a minha pergunta: qual é a cor do cavalo branco de Dom Pedro I? E não só, de extrema relevância, onde é que Dom Pedro conseguiu o dinheiro para a compra do feno do animal? Quem foi que foi buscar o dinheiro no Banco Central da República*? Qual o valor cobrado pelo baixo clero? Era um valor mensal?... assim encerro minha questão”.
Tudo sem a quebra do decoro e de importância singular. Só levou três horas para isso tudo.
A resposta: “nobre colega, começarei pelo inverso do pretérito oposto. Mas a verdade é única: Não vi. Não sei. Não estava presente. Não é da minha responsabilidade. Mas garanto, se houver qualquer irregularidade, iremos apurar”.
É obvio que ninguém quer nada com nada. Só aparecer na bancada eleitoreira com mídia grátis para o Brasil todo. Então porque não brigar com o outro nobre colega de casa, sem logicamente quebrar o decoro parlamentar. Ou então gritar ou espernear, soltar as penas e deixar a pomba gira aparecer diante às câmeras? A eleições aproximam!
Agora eu pergunto, sem firulas ou decoro, será que não era mais importante discutirmos assuntos relevantes como orçamento, superávit, políticas de incentivo, educação, saúde e claro fazer perguntar objetivas, claras e esclarecedoras aos enquistados?
CPMI, para mim é: Como Perder Momentos Importantes. Porque até agora isso parece uma grande perda de tempo e poderia ter servido para começarmos a mudar nosso país.
* D. Pedro I não tem nada haver com a Proclamação da República.
Por Fernando Katayama 25 nov. 05
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