Wednesday, November 30, 2005

Super Ávit, o frágil herói

Enquanto escrevo aqui, o Deputado Zé Dirceu esta sendo julgado pelo Supremo. Ainda que exista a corrente pró-Dirceu, o Zé esta realmente politicamente abalado. Mas isso tanto faz agora, porque as conseqüências sofridas por nós, são bastante fortes.

Diziam que a economia estava “blindada” da crise política, sempre achei que não. Pena que não escrevi e deixei isso claro e registrado. Como quase todas as ciências humanas, a economia, leva um tempo para sentir. Seria impossível não sofrer com a crise. Como disse um escritor sueco de teorias sobre negócios, “o mundo gira em torno de compras e transa”. E parece que ele esta certo. Jeane é a mulher da hora e a crise finalmente atingiu o mercado.

Lula e seus pares, com a língua presa falando com o assobiozinho característico dos petistas, embasavam a economia no superávit. Como a crise atingiu o ministro Palocci [lá no partido, Palófi] foi-se então, o embasamento da teoria do “superávit”.

Lógico que todo mundo quer gastar menos do que ganha. Todo mundo, eu, você, eles. E o Lula justificava todo com isso. Quem engoliu, esta com gastrite. Eu não engoli.

Sempre disse que o superávit da balança comercial nacional, era devido às exportações de commodities, que não aumenta o tamanho do mercado interno e ainda por cima, concentra mais a renda e das taxas exorbitantes dos nossos impostos.

Percebe-se isso olhando o nosso PIB. Pibizinho. Coitado.

Simplesmente justificar tudo com uma balança comercial positiva, é só mostrar um lado da bunda! Não houve crescimento significativo das riquezas produzidas no país.

Se entender que esse balanço é feito assim: o que se arrecada menos o que se gasta. Ou seja, conta de mais e de menos, lá do primário. Pergunte-se de onde vem a arrecadação do governo? Dos impostos, certo?! O que aconteceu com a nossa carga tributária? Aumentou!

E os gastos? São pagamentos e investimentos. Aumentou o número de empregados no setor público e diminuíram os investimentos.

Com isso sobra até dinheiro para pagar a nossa dívida externa. Para quem não sabe, o patamar do superávit foi estipulado em torno de 4,25! Mas na verdade ele é de 6 e alguma coisa. Com o que sobra, dizem que pagam a dívida externa.

Mas eu me pergunto:

Em um país tão precário quanto o nosso, como pode sobrar dinheiro para aumentar o tamanho da máquina estatal e pagar os juros de nossa divida? Será que sobra grana ou falta?

Não dá pra entender porque temos escolas cada vez pior, hospitais em condições sub-humanas, polícia totalmente despreparada, infra-estrutura capenga e tudo mais, se há superávit na balança!

Acho que não falta dinheiro, falta é investir certo. E certo não é com as garotas da Jeane e nem colocar no saco, aquele da cueca!

Fernando Katayama 30 nov. 05

Saturday, November 26, 2005

C P M I

Acabo de tomar meu banho. Ia indo dormir. São duas da matina. Respondi e-mails, alias preciso agradecer minha amiga Patrícia pelo comentário ao meu ultimo texto e ao Bill, este terei que responder a altura, devido ao comentário que fez, extremamente pertinente, mas farei em outro momento.

Mas o que me motivou a vir escrever a essa hora, foi uma idéia que tive. Um simples flash fantasioso enquanto tomava banho. Outra coisa que eu adoro é banho. Não sei se é coisa de índio ou da minha parte nipônica, já que são povos que adoram banho, mas enfim, eu gosto. Não se preocupem com o sabonete no chão, isso não acontece, uso sabonete liquido.

Voltando, tive o tal lampejo. Claro que foi político, estou atado, colado a esse maldito tema.

Pensei sobre a CPMI. É CPMI. Incrível, não é!? E o que pode ser novidade nessa coisa? Nada, a não ser, o significado.

Para vocês, pode ser Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, mas eu acho que é outra coisa.

Vejamos.

Disseram que o Zé Dirceu tinha culpa no cartório, e que deveria se cassado. Ate agora nada. Zé disse que como ministro da casa civil, não sabia de nada e que como deputado menos ainda. O Presidente, já falou tanta bobagem que quando abre a boca, os seus assessores, gelam os pés. Não sabem se ele vai falar besteira ou tomar um gole do 12 anos. Nada acontece.

Dinheiro vai, dinheiro vem. Offshores. Paraísos. E mais uma vez, nada. Quem nada é peixe. E peixe morre pela boca. Mas lá tem outro tipo de peixe. E vejam bem, é uma comissão de inquérito. Mas parece muito mais um poleiro.

Além da total falta de organização, a baderna é tanta que da nos nervos ver aquela passasão de gente, para um lado para o outro. Careca de garçom. Nariz de deputado. Teta das garotas da Jeane. Um mundaréu de gente atrás, na frente do lado, que nem da para ver qual é o fulano que esta falando.

Se bem que isso pouco importa, tanto para quem esta lá sendo ouvido como para os outros. Bochichos, celulares, berros, risadas. Um clima muito sério para uma coisa tão besta. O enquistado, também não esta nem aí para a pergunta, porque a resposta ele já sabe, e não importa a pergunta.

Olha só como começa uma pergunta: “Senhor excelentíssimo presidente, senador, que preside esta casa, ilustríssimo senhor senador Ribanildo Alves da Cunha do Caralho a Quatro Terceiro Neto. Caro senhor excelentíssimo Ex-presidente desta casa, atual e futuro presidente da outra casa. Membro Presidente do PSDVYX, honrado titular da cadeira especial da tribuna da Maracanã, excelentíssimo deputado estadual José Pinto Galo Costas Quentes. Caro senador, honrado assistente titular da seção quinta, desta casa, e da quadragésima nova vara das juntas especiais do Estado, excelentíssimo doutor nobre senador Amarildo Dos Anjos Asas Curtas dos Quintos. E com o muito respeito ao ilustríssimo senhor Ministro da Fazenda, excelentíssimo deputado Pocotofi, sério e estimado membro, importantíssimo para a democracia brasileira, antes de qualquer coisa, quero com todo respeito que o senhor provem, agradecer sua presença nesta casa, mostrando a coragem única que nos ilumina. Para continuar meu exemplar raciocínio, preciso lembrar-lhes do acontecido no ano hum mil quinhentos e vinte e cinto, quando aquela data...” [horas depois] ... “preciso invocar então o artigo quinto, do parágrafo quarto, escrita no livro mil duzentos de setenta e cinco, do volume treze, da coleção quinze, da data de trinta e um de setembro de hum mil setecentos e setenta e um....”, [a mesma baderna continua] “e para concluir então, faço a minha pergunta: qual é a cor do cavalo branco de Dom Pedro I? E não só, de extrema relevância, onde é que Dom Pedro conseguiu o dinheiro para a compra do feno do animal? Quem foi que foi buscar o dinheiro no Banco Central da República*? Qual o valor cobrado pelo baixo clero? Era um valor mensal?... assim encerro minha questão”.

Tudo sem a quebra do decoro e de importância singular. Só levou três horas para isso tudo.

A resposta: “nobre colega, começarei pelo inverso do pretérito oposto. Mas a verdade é única: Não vi. Não sei. Não estava presente. Não é da minha responsabilidade. Mas garanto, se houver qualquer irregularidade, iremos apurar”.

É obvio que ninguém quer nada com nada. Só aparecer na bancada eleitoreira com mídia grátis para o Brasil todo. Então porque não brigar com o outro nobre colega de casa, sem logicamente quebrar o decoro parlamentar. Ou então gritar ou espernear, soltar as penas e deixar a pomba gira aparecer diante às câmeras? A eleições aproximam!

Agora eu pergunto, sem firulas ou decoro, será que não era mais importante discutirmos assuntos relevantes como orçamento, superávit, políticas de incentivo, educação, saúde e claro fazer perguntar objetivas, claras e esclarecedoras aos enquistados?

CPMI, para mim é: Como Perder Momentos Importantes. Porque até agora isso parece uma grande perda de tempo e poderia ter servido para começarmos a mudar nosso país.

* D. Pedro I não tem nada haver com a Proclamação da República.

Por Fernando Katayama 25 nov. 05

Thursday, November 24, 2005

Injustiça Divina

Todos sabem do meu posicionamento sobre as divindades e o mundo espiritual. Sabem também o que acho da fé. E é claríssimo o que acho das religiões, todas elas. Para aqueles que não sabem digo: sou incrédulo, de qualquer religião existente no mundo ou fora dele [se é que isso pode acontecer], para mim são somente filosofias de vida e/ou doutrinas. Tão pouco acredito em Deus, Santos, Alas, Orixás ou Divindades, sejam elas quais forem. E sobre a fé divina, acredito que é essencial para se crer em deus. Não tenho, logo não creio.

Mesmo assim, respeito todas igualmente, diferente de alguns, que não respeitam meu posicionamento. Para mim, todas são boas, não existe melhor ou pior, mas sim aquela que melhor adapta ao indivíduo que a segue e acredita. Não me importa se é católica, budista ou xiita, são iguais entre si, com todas suas diferenças. Não venha com o papo que os Evangélicos são pilantras, e pintam 100% Jesus na camiseta e que bonzinhos são os padres católicos que transam com nenininhos nos cantos escuros da capela. Talvez loucos mesmo, sejam os muçulmanos que se explodem, porque um sujeito qualquer, disse que é assim que tem que ser. Mas mesmo assim, todas têm coisas boas e ruins. Contudo não estou aqui para discutir sobre a fé, nem filosofar sobre religiões ou então pregar meu ateísmo. Mas certeza que sou mais cristão que muita beata que tem por ai. Quero outra coisa.

Vendo a tevê, CPI’s, o nosso “espertismo*¹” (que combato tanto em meus textos como nas minhas atitudes), algumas atitudes que são feitas por todos, sem consciência do ato e finalmente o nosso sistema Judiciário.

Fiquei me perguntando porque é que o brasileiro tem o hábito de achar que todo mundo vai passar a perna nele, e então, faz antes? Porque é que aqui acusamos mesmo sem ter certeza? Porque sempre desconfiamos do outro antes mesmo de desconfiar de nos mesmo? Veja o sistema judiciário, cabe ao acusado o ônus da prova e não ao acusador! Veja a indústria frenética da Justiça Trabalhista, por exemplo. O empregado entra com a acusação, mesmo que sem provas, e cabe ao empregador, provar que não fez nada. À priori todos pecadores.

Pecado. Essa é a essência. Olhei para trás para ver nossa história. Somos colonizados por dois paises predominantemente católicos. Nossa população é predominantemente católica e há tempos atrás foi, quase em sua totalidade.

Se entendermos que a Religião Católica é baseada no pecado, afinal a Igreja é instituição única para a salvação, passa ser essencial o pecado. Contudo a Igreja católica subentende e prejulga nossos atos. Fomos condenados antes mesmo do crime, mesmo porque já nascemos condenados pelo crime dos nossos pais. Somos todos então filhos do pecado. Sendo assim, olhando os Dez Mandamentos, entendo que já se imagina e crê, que o homem vai roubar. Vai matar. Vai cornear. Então já o proíbo antes mesmo que faça, afinal esta em sua índole fazer isso.

Filhos do pecado, pecam sempre.

Não podemos negar a forte influência da Igreja Católica em nosso país. E sendo assim, influencia e influenciou todas as camadas da sociedade. Entendo que o nosso poder judiciário, usa da mesma base. Se eu te acuso, prove você que não é culpado, afinal, você é um pecador. Mesmo que você não seja.

E as pessoas também fazem isso, já que pensam, “bem se ele vai passar a perna em mim, que eu faça antes...”.

Aqui somos culpados até que se prove a inocência.

*¹ a palavra “espertismo” foi criada por mim, não existe no dicionário e se refere à cultura brasileira de querer levar vantagem em tudo.

Por Fernando Katayama 24 nov. 05

Thursday, November 17, 2005

Um por Sete

Ando perguntando para as pessoas que conheço, o que acham do comércio informal, dos camelôs, ainda mais agora que o Presidente da República, foi pego usando um dvd pirata e dos conflitos entre comerciantes, policiais e camelôs, que acontecem sempre nas proximidades da festa natalina, inclusive um, na semana passada em São Paulo.

Minha pergunta é bem simples, mas a resposta talvez não seja.

Pergunto simplesmente assim: “você prefere um camelô vendendo ou roubando?”

A primeira resposta, quase instantânea, e logicamente inclui a sua, é: vendendo! E a maior justificativa é: melhor vendendo que roubando.

Atingiu a incrível marca de 100%.

Contrariando à todos digo: roubando.

Explico.

Obviamente o comércio informal é uma conseqüência e não a causa, mas quero mostrar um ponto de vista menos conformado e patriarcal. Para analisar isso, é preciso olhar para o grande todo e não só para a pequena parte.

Como todos sabemos o comércio informal não paga os devidos impostos, o que já apresenta um roubo, uma vez que, o comércio legal, tem que pagar impostos, assim como eu e você. Mas não é só isso! Esse tipo de comércio faz a cadeia toda por trás dele se torne ilícita, aumentando assim, os delitos, crime e violência.

Olhando para o pequeno ponto ali na rua, é difícil de se imaginar que, custa em torno de R$ 80 mil reais, afinal, a rua, que é de todos, tem um só dono e para tê-la é preciso pagar.

O dono do ponto, por sua vez, paga a proteção. Subornam a polícia e órgãos fiscalizadores, já que os camelôs não pagam os impostos, compram e vendem sem nota e seus produtos são pirateados ou contrabandeados.

Vejam, os camelôs compram de contrabandistas, sejam eles paraguaios, chineses ou coreanos e colocam o país na lista negra das indústrias, que não querem mais comércio com o Brasil, porque não há controle sobre as marcas e produtos. O Brasil perdeu R$ 180 milhões para o mercado ilegal, só nos primeiros meses do ano. Mas isso não acaba ai.

Também compram de fornecedores que vendem seus produtos subfaturados, para que possam esquentar o dinheiro em offshores, é uma prática antiga de lavar a grana.

Porque só os paises subdesenvolvidos tem o comercio informal tão acentuado? Porque o melhor lugar para escoar as mercadorias, lavar dinheiro com produtos subfaturados são paises, onde a corrupção rola solta e o mercado ilegal é uma prática corrente.

Sendo assim, o comércio informal favorece transações ilícitas e fortalece o crime organizado.
Por outro lado tem o comerciante legal. Aquele que tem um comércio e sofre a concorrência desleal do comércio informal.

Imagine que você é um comerciante. Tem sua loja, vende produtos com pequena margem de lucro e emprega dois funcionários, os quais você, paga os devidos direitos. Mas como disse a pouco, tem o camelô bem ali na sua frente, vendendo os mesmos produtos, adquiridos de formas escusas e sem pagar os impostos. É impossível concorrer com ele.

Então você não consegue vender, e manda embora um dos seus funcionários. Mas já que você vende menos, você compra menos, e então o seu fornecedor, faz a mesma coisa que você, e manda embora dois funcionários, afinal ele vendia pra você e para seu vizinho, que também mandou um funcionário embora. Mas o fornecedor também vende menos e compra menos do fornecedor dele, que este por sua vez, manda embora três funcionários.

Só ate aqui, sete pessoas perderam o emprego e os impostos recolhidos foram menores, enquanto isso, um só camelô na banca, aumentando o crime organizado e sonegando imposto.
Mas se fosse ao contrário? Não tivesse o camelô, você venderia mais e teria que contratar mais um funcionário. O ciclo se inverteria.

Será que ainda você prefere o camelô vendendo?

Por Fernando Katayama 17 nov. 05

Saturday, November 05, 2005

Excelentíssimo Doutor

Escrevi meu último texto, seguindo a sugestão de uma amiga. Queria um texto brincalhão, sem a mínima seriedade. Descompromissado. Não era para fazer pensar. Não tinha intenção de polemizar. Não queria abordar temas de maior profundidade. Não queria falar de política, muito menos de crise. Nem pensar em economia. Escrevi sobre as coisas triviais que permeiam nosso mundo. Um texto totalmente despretensioso. Escrevi então “Trivialiadades”, fugindo da minha última tendência: a crítica à nossa sociedade, ao modelo político e ao que chamo de, “espertismo”.

Tive poucos comentários a respeito, e não esperava coisa diferente. Eu jamais imaginei, que esse tipo de texto, trouxesse algum tipo de incomodo, inconformação ou protesto. Já escrevi cada coisa pesada sobre nossa sociedade, sobre o espírito humano ou coisa que o valha, e nunca tive repercussão.

Meu amigo Bill ou Willy, que publica alguns de meus textos, me enviou um e-mail, me contando o que ocorrera com o texto “Trivialidades” em seu site. Brincalhão e espantado disse:

“Hoje pela manhã publiquei suas trivialidades no site.

Após a terceira visita recebi um telefonema de um amigo, juiz, inconformado com as expressões "bunda", etc. em um site jurídico. Fui obrigado a tirar. Um recorde! O artigo ficou no ar por apenas 17 minutos!”.

Espantoso.

Respondi à ele, que infelizmente, estava sendo covarde. Que não deveria ter cedido à pressão do tal magistrado. Porém é uma decisão dele, e a respeito e muito. Mas discordo inteiramente do tal juiz.

Fiquei espantado com a atitude do Excelentíssimo Juiz, que gastou tempo, para comentar um texto tão despretensioso.

Pergunto-me qual é a diferença entre os sites jurídicos e outros. O que será que os advogados, juizes e promotores têm de tão diferente do resto da população. Semi-deuses, talvez?

Para mim, essencialmente, os humanos são iguais.

Variam em 1 gene da minhoca e somos todos parentes dos macacos.

Como os macacos, alguns são mais fortes, outros mais fracos, outros maiores, outros menores. Uns com pêlo na “bunda*” e outros de “bunda*” pelada, mas todos macacos.

E nós todos humanos e diferentes com suas peculiaridades como cor de cabelo e da pele, o idioma e origem. Uns são analfabetos e outros não. Uns fedidos e pobres outros podres de ricos. Uns honestos outros desonestos. E todos humanos.

O que será que se passa na cabeça de um Doutor Magistrado ao se sentir inconformado com a expressão “bunda*”, só porque é um site jurídico? Esquece de ver que, onde o texto é colocado, faz parte de um espaço destinado aos debates e ainda por cima, privado.

Deu-me a certeza da censura, disfarçada, camuflada, encoberta pelo “manto sagrado da justiça brasileira”.

Sugiro ao referido Juiz, que reveja suas premissas.

Acredito que já escrevi coisas que valiam mais à pena serem discutidas por um magistrado, do que se a “bunda*” esta ou não no texto, e se esse texto esta ou não em um espaço destinado a assuntos jurídicos.

Talvez a atitude desse tal juiz, espelhe a atual situação do poder judiciário brasileiro. Instituição que deveria servir para a justiça esta em total descompasso com o mundo contemporâneo, firmada em valores não mais sólidos. Parada no tempo ou talvez pior, andando para trás.

Nossa Justiça esta desacreditada. A senhora Justiça, aquela que tem a venda nos olhos e balança na mão, esta enferma.

Deve ser o castigo.

Ficar a vida toda com os olhos vendados, segurando uma balança que de um lado tem merda e do outro também, sendo estuprada dia após dias por juizes, promotores, advogados sem a menor piedade. E não ter esperança de que venham salvá-la, mas se vierem um dia, quem será que fará a justiça por ela?

O sistema judiciário nacional é uma calamidade. Um antro promíscuo de seres vesgos, cegos, surdos, mancos e débeis, porém cheios de si, sentindo-se todos poderosos, deuses onipresentes e indestrutíveis.

Será que o tal juiz telefonou ao senhor Presidente da República quando este, disse que caixa dois era usual e corriqueiro, e que todo mundo fazia? Será que este mesmo juiz disse à Prefeitura que ao institucionalizar o “camelôdromo” estava institucionalizando o mercado paralelo e contra-bando? Será que ele não ficou tão inconformado ao ver o então presidente da Câmara se pegando com uma garota na capa dos jornais mostrando as partes íntimas (eu preferiria xoxota ou calcinha, mas para não ofender...)? Será que não ficou escandalizado, ao ver a notícia do Juiz, em Fortaleza, aquele que deu um tiro à queima roupa no segurança, recebeu aposentadoria integral e só? Ou será que quando é com a classe, fechamos os olhos? E nem entrarei no mérito da desigualdade social que nos assola.

Será que não fica inconformado do sistema judiciário no país ser um dos piores do mundo? Será que como juiz e inconformado, não poderia somar à sociedade de forma concreta, ao invés de ficar censurando espaços democráticos?

Pergunto também se ele nunca viu uma bunda*? Se nunca comprou uma revista de mulher pelada? E não me venha dizer que são pelos artigos! Pergunto se ele nunca foi à praia, e viu a gostosona jogando frescobol, de biquininho, balançando os peitos e chacoalhando os “glúteos”, com a pele lisa e dourada de sol? Um puro convite à perdição carnal, de tão gostosa que seria aquela refeição! Não, ele fechou os olhos e ainda gritou “que absurdo!”. Deve ser inveja.

E vou mais longe, nunca tomou vacina!? “No braço ou no Glúteo Máximo”, teria dito o doutor. Quando jovem ou mesmo velho, nunca levou “aquele pé na ‘bunda*’”! Não... Bunda* não faz parte do vernáculo do tal doutor. É uma pena.

Sugiro mais uma vez, que o Excelentíssimo Doutor, olhe mais para a própria bunda e limpe-a, ao em vez de ficar olhando para o rabo dos outros. Mas certamente sem quebrar o decoro.
[como toda a regra tem suas exceções, existem sim, no país pessoas que lutam, mesmo que como Quixotes, para a melhoria do sistema. À esses, nossos sinceros e admirados aplausos.]


*
Dicionário Houaiss

Bunda

Datação 1836 cf. SC
Acepções
■ substantivo feminino 1 região glútea; as nádegas 2 Derivação: por extensão de sentido. Uso: informal. Conjunto das nádegas e do ânus Ex.: limpar a b. 2.1 Derivação: por extensão de sentido. Regionalismo: Brasil. Uso: tabuísmo. O ânus Ex.: aplicou-lhe um clister na b. 3 Regionalismo: Angola. Cintura, anca ou nádega
■ adjetivo de dois gêneros Regionalismo: Brasil. Uso: informal, pejorativo. 4 ordinário, de baixa qualidade; sem importância ou valor Ex.: um livro b.

Uso
a pal. está registrada no Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1836), de Constâncio, como um angolismo, e no Grande Dicionário Português, de frei Domingos Vieira (1871), na acp. de 'nádegas de gente alcatreira', vale dizer, 'nadeguda'; em Portugal, entre os usuários atuais da língua, tal voc. não é desconhecido, mas não é empregado.

Por Fernando Katayama 05 nov.05

Wednesday, November 02, 2005

Trivialidades

Hoje, fui ao Clube. Trabalhei pela manhã, mas é feriado, então fui ao Clube, nadar e ver os amigos. O feriado é de Finados, mas ficar em casa, nem morto!


Encontrei lá uma grande amiga, e conversávamos sobre os meus textos. Ela me dizia que gostava muito, mas estava intrigada com uma coisa. Ela gostaria de ler textos meus com outro enfoque.


Admito que, ultimamente, estou muito político, e ela gostaria que eu escrevesse, sei lá, sobre coisas mais do nosso cotidiano. Realmente é um desafio. Ando muito envolvido na política nacional e esta difícil me livrar dela, como já comentei em outros textos. Como diria meu pai: “fui pego de calças curtas!”.


Então, e agora?!


Pensei em falar de novela. Eu detesto novela. Não assinto. Não acompanho. Mas obviamente, sei o que acontece. Alienado, nunca!


Imagine só, se seu não soubesse que essa última novelinha do Plin Plin, esta para acabar!? Logo vocês saberiam que eu, apesar de dizer à todos, que é preciso conhecer de tudo, não faço isso. Mas não é o caso. Então, eu sei sim, que esta acabando. E ainda bem! Porque é uma merda! Mas a próxima também será!


Essa última abordou a imigração ilegal, na busca do sonho dourado, deu um show de horror!


- On-line - Acabo de receber uma mensagem instantânea de uma outra amiga, me dizendo que o personagem pagou 15.000 para entrar de forma ilegal. Burra, compra um curso de 2.000 e entra de forma legal, ainda paga passagem de estudante!


Mas olha, tenho que concordar, às vezes, é a única solução mesmo! Aí eu grito: “quem sair por último apaga a luz!”.


Novela... Tá é louco!


Outro tema que pensei foi moda!


Posso falar frangas loucas dos estilistas que, falam cheios de trejeitos e voz mole. Posso falar das modelos anorexias, que de tanta falta de comida, ficam burras! O que tem de modelo que quando abre a boca é analfabeta e não sabe o que fala e só mexe e remexe os cabelos, é uma coisa impressionante. Pior que tem que ter 1.80m, 40 kg, 300 ml de silicone, no mínimo e 10 kg de make-up, isso para desfilar. Ah! Tem que saber andar com cara de bunda e nojo e dar pisada de girafa manca!


Se for para fotografar, esquece tudo, que o photoshop arruma! Cada jaburu na Playboy que até eu comeria! Se bem que, de sacanagem, se for famoso, até vale o esforço para contar para os amigos na roda de bar, “ohhh pezinho gelado...”. Mas esse mundinho é muito fútil. E para a saúde zero.


Posso falar da paixão nacional, me deu dúvida: Futebol ou Bunda!?


Deixa ver: homem gosta de futebol. Homem gosta de bunda. Mulher gosta de bunda de homem e tá sempre preocupada com a bunda dela e da amiga também! Afinal é importante que ela também tenha celulites.


É... Esta decidido, por 3 votos a 1. Falaremos de bundas. Mas falar o quê, se uma bela bunda, já fala tudo?


Talvez devesse falar do futebol. Acho que dá mais assunto que a bunda! Dá mais assunto, porque a bunda dá mais e leva mais que qualquer coisa.


Nos levamos chute na bunda. Ficamos com cara de bunda. Tem gente que dá a bunda. Tem gente que leva a bunda. A tevê, nos mostra a bunda. A música canta bunda. Mas mesmo assim o futebol da mais assunto.


Pode ser do novo quinteto fantástico, que sem maiores explicações, vai virar quarteto. Pode ser do árbitro, que todos teimam em chamar de juiz, que meteu a mão, na troca por alguns resultados. Pode ser dos mortos imbecilizados das Organizadas e de seus mortos em confrontos. Pode ser dos campeonatos organizados pelos traficantes, com a presença dos astros da bola.


Ou pode ser mesmo da pelada entre os amigos, que é melhor desculpa para se reunir, comer um bom churrasco e tomar umas geladas, poder falar da novela, da modelo gostosa, da bunda na tevê e logicamente, futebol.


Por Fernando Katayama 02 nov.05