Thursday, December 15, 2005

Marshall Brazuca

Hong Kong – Lá na terra dos chineses, que detestam serem chamados de chineses, porque eles são de Hong Kong, e se orgulham de ter o passaporte inglês, apesar de não falar porra nenhuma de Inglês! Mas foi lá na terra dos tigres asiáticos, que aconteceu mais uma dessas conferências dos paises podres. Nós estávamos lá obviamente.


Nosso representante, Celso Amorim, ministro das relações exteriores, que assim como Lula, acha que inglês não é essencial aos diplomatas brasileiros, talvez para poder usar da mais nova prática nacional, o “nãoseisismo”, com maior liberdade. Assim dá para justificar que eles não sabem, não porque não viram ou que não estavam lá, mas porque não entendiam nada! Acho até que não entendem mesmo.


Mas como de costume, fomos nós à frente do mundo falar. Besteira obviamente. Celso Amorim, empunhando a sua surrada e ultrapassada bandeira bolchevique, tenta a todo custo, fazer o levante dos pobres contra os ricos. Uma imbecilidade.


Ele e Lula ficam brigando com americanos e europeus pelos subsídios que dão aos seus produtores agrícolas. Eu pergunto o que é que nós temos com isso!? Lógico que vocês pensarão, “ô seu burro, é porque se não os nossos produtos perdem competitividade”. Eu concordo que é a tal competitividade, mas eu não sou burro.


Mesmo assim, discordo desse argumento. Olhe só.


O Brasil tem que crescer por suas próprias pernas. Tem que parar com essas coisas paternalistas e visão de que somos os coitadinhos do mundo. Quanta besteira. Pára de ficar olhando a bunda dos outros! Ver se colocam ou não barreiras comerciais. Tem que lutar pelo seu espaço e não ficar implorando a Comunidade Européia e muito menos aos americanos. Temos que crescer com as nossas pernas, volto a repetir.


Primeiro que se você acha que os países ricos têm que nos ajudar, você é automaticamente à favor da ocupação americana no Iraque. Porque? Oras, a justificativa, nem sempre verdadeira, não é: “garantir ao povo iraquiano a democracia”. Então significa que os iraquianos precisam de ajuda externa para conseguir isso. Portanto, se você acha que os países ricos tem que nos ajudar, posso seguir o mesmo raciocínio lógico e linear. Não me fale que é diferente. Não é.


E tem outra coisa: rico não ajuda, se não, não seria rico. Rico quando doa, troca por alguma coisa, você é que não sabe pelo o que é.


O que o Lula fala, sobre os subsídios, é a maior balela. Fodam-se os subsídios deles, parem de olhar para a bunda americana, e olhem para a nossa! Já falei um montão de vezes sobre o nosso superávit, sobre as commodities, PIB e as exportações. Não vou repetir.
Acredito que o Brasil não precise exportar os produtos agrícolas “in natura”. O Brasil precisa é distribuir melhor as riquezas, e garanto que, exportando soja do Sul e laranja de Araraquara é que não vai ser.


O Lulinha vê isso e fica eufórico, toma um golinho e diz: “não fssalei galega*, tá entrando dinheiro! Pega o Dvssd do Zezé e do Lussciano e vssamosss ver no nossssso dvssd chssinês, para comemorar a balanssça possitiva!”


É a balança pode ser positiva, mas a renda fica concentrada. O Brasil precisa agregar valor aos seus produtos. Precisa gerar emprego. E assim, a distribuição de renda começa.
Sem essa de brigar por subsídios dos produtos agrícolas, temos que é desenvolver políticas que incentivem a produção. Faça a ALCA! Façam o plano Marshall Tupiniquim.


Traga a Tropicana Juice para produzir aqui seus suquinhos, exportaremos suco em caixinha. Traga a Italiana Illy, que compra o nosso café a 0.50 centavos a saca, manufatura lá, exporta de volta e nós pagamos 25 reais o quilo. Exportaremos café Illy. Diga aos Cromos Alemães, que venham. Compre o nosso couro e façam aqui o sapato de 400 dólares. Exportaremos sapatos e não couro. Sadia, exporta o frango em caixinha “todo sabor”. Alô Tetra-pak, faça mais embalagens para nós, vamos envasar tudo aqui. Podemos trazer as indústrias de tecnologia, afinal já estão aqui.


Veja o impacto em toda a cadeia produtiva. Vendo mais à produzo mais à compro mais à desenvolvo mais à pago mais à vendo mais, e isso serve para toda a cadeia, afinal é uma cadeia.
Não me venha com essa de que as multinacionais vão alugar o Brasil e usar da sua mão de obra barata. Nós temos mesmo a mão de obra barata, e precisamos empregar mais, então qual é o problema? Os maiores empregadores são multinacionais. Aliás alguns gurus profetizam que em um futuro próximo, só haverá grandes multinacionais. As multinacionais logicamente lucrarão, mas parte ficará aqui, através dos impostos e mais importante, através dos empregados.


E você pode me perguntar: e os médios e pequenos?


Esses ficarão felizes da vida, porque o mercado interno poderá absorver os produtos deles, além de poder produzir para os grandes.


Um outro me pergunta: mas a tecnologia e o know-how não serão nossas!


Não, não serão mesmo! Mas hoje nos temos tecnologias que são só nossas? Sem condição de poder investir em pesquisa e desenvolvimento, o Brasil esta em um dos últimos países no ranking de patentes. É melhor ser japonês e chinês em uma hora dessa, e aprender a copiar. A China, esta passando o Brasil, e de longa vantagem.


Disseram-me que esse meu raciocínio era simplista. Não ele não é simplista, é simples! Aí, me disseram: “mas não é fácil de fazer, temos os políticos...”. Por isso “nóis” é Barrichello! E eles “é” Alemão.


*Galega é como o nosso presidente se referiu a sua esposa em um pronunciamento

Por Fernando Katayama 15 dez. 05

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