Thursday, December 21, 2006

Ipod e Tu, Podes?

Outro dia me dei conta que estamos à poucos dias do Natal. Foi quando um amigo meu, lá do Brasil, me perguntou como estava o “clima natalino” por aqui. Eu com a minha exclusiva e característica “cara de ué”, respondi: “Natal?”. Foi aí que o Jingle Bell bateu! É faltam pouquíssimos dias. Disse a ele que, como moro em New York, e que essa cidade é predominantemente Judaica, aqui não tem clima natalino. Lógico que os judeus daqui se preocupam em incrementos nas vendas, já que a maioria das grandes lojas é deles, mas eles não ligam muito para essa festa tradicionalmente Católica. Talvez o Thanksgiving seja mais importante.
Mas é Natal. Natal hoje é mais para evidenciar as grandes diferenças entre camadas sociais do que uma grande festa de aniversário. Esquecem que Natal é a festa do nascimento de Jesus, logo, é uma festa de aniversário.
Como ia dizendo, deixa explicito as grandes diferenças. Começam a falar de ajudar ao próximo, dividir com quem não tem, mas no fundo mesmo, mostra quem pode e quem não pode.
Talvez por isso, os nossos Palamentares tenham se dado o aumento de 91% do seu salário e elevado o salário mínimo em 4.5%. Tudo em uma questão de benevolência do ar natalino.
E como disse em algum parágrafo anterior, explicita as diferenças, tanto que um cara são, fez a maluquice de acorrentar-se no Planalto e uma dona pra lá de maluca, teve a lucidez (ou não) de esfaquear o ACM Neto, tudo por conta do aumentozinho para uns e aumentão para outros. Aumentozinho foi para os Parlamentares, e o aumentão para o Mínimo, que causa um tremendo impacto nas contas do governo.
Mas Natal é assim, evidencia os extremos. Em um país, como o Brasil, onde os extremos são extremados a máxima potência, a tensão social aumenta. O desejo despertado pelo consumo e a falta de oportunidade para uma grande parcela da população aumenta a tensão entre o ter e o não ter.
Enquanto uns fazem festa e se preparam para o Ano Novo, outros lavam a alma com algumas benevolências vãs. E outros, bem, esses outros assistem Tv e sonham.
E assim é o Natal. Como disse não estou no Brasil. Aqui não sinto essa tensão. A distância abissal entre pobres e ricos não é tão grande, ou melhor, a classe média que não é tão achatada e reduzida, o que diminui e muito, o atrito entre os extremos. Sem contar que aqui, com qualquer trabalho chulo, dá para comprar a última geração do Ipod.
Enquanto no Brasil uns dizem “Ipod[e]”, eu pergunto: e você Ipod[e]?


[música do texto: Crazy – Norah Jones]
[Ipod é um aparelinho para ouvir música da Apple]
Por Fernando Katayama New York, NY, 21 dec 06

2 comments:

Anonymous said...

Boa definição do natal! Principalmente a comparação entre NY e Brasil.
abs,
Paula

Fabrícia said...

Obrigada pelo comentário !!!!

Pode deixar que comeremos muito pão feito em casa!!!

Um grande abraço,
Fabrícia.