Luzes piscam alucinadamente. Explosões. Barulho. Cheiro de borracha queimada dos pneus ralados no chão. Tiros. Sirenes. E heróis que nunca morrem. Em suas motocas maravilhosas ou colocando o boné pra trás, resolvem crimes insolúveis e prendem os mais diversos tipos de mau caráter.
Talvez um Magnum* resolva tudo. Ou o intrépido herói salva a mocinha, sempre linda, das mãos inescrupulosas do gordo e suado com charuto na boca. Tudo com a trilha sonora empolgante. O sonho de ser herói é um barato curtido na sala escura do cinema, e acaba quando a luz acende.
Não são balas de festim. A mocinha não é linda. A motoca é surrada e o boné é velho e suado. A viatura não tem pneu. Não existe o Magnum. E o bandido?
No Brasil sem dono, ninguém sabe mais quem é quem. Dos criminosos milionários, que reclamam de serem algemados aos pés-de-chinelo, muito loucos de crack. Do juiz ao bandido de farda. Corruptores e “corruptados”. É o bang-bang à italiana.
É momento crítico onde a população parece confiar mais no bandido. As suas funções são claras: matar, roubar e infringir a lei. Os chefões do tráfico ainda ajudam a sua comunidade, desde que siga a lei-fora-da-lei, ou morre. Já a polícia, ninguém sabe ao certo o quem é o que.
O total despreparo do soldado. O baixo soldo. A falta de amparo das instituições corrobora com o quadro digno de um filme de Zé do Caixão.
A discussão sobre a segurança pública é inevitável. Morrem como se estivéssemos em Guerra, talvez no Iraque ou Afeganistão. Mas não é, é Rio e São Paulo. Pode ser pior: lá no Oriente Médio pode ser mais seguro e eles estão em Guerra.
Todos nós queremos poder ir ao caixa eletrônico, parar no semáforo vermelho e ter a vida tranqüila, sem se preocupar muito se vai voltar vivo pra casa.
Precisamos da polícia mais equipada e preparada, não há dúvidas. Precisamos pagar mais a ela também. E não podemos esquecer que o órgão é feito de homens. Matéria essencial.
Não há preparo do ser humano. Não só da polícia, mas do todo. Precisamos mesmo é melhorar o ser humano nacional. Educar. Dar a base do berço. Aí quem sabe, um dia, polícia passara a ser polícia e bandidos serão exceções, e eu poderei ir ao cinema de madrugada, ver meus heróis preferidos, e melhor, voltar pra casa, para contar a história pela manhã.
Notas: Magnum é o revolver do Dirty Harry, imortal personagem vingador de Clint Eastwood.
Música: SWAT - trilha sonora
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada D30 July 2008
Wednesday, July 30, 2008
Wednesday, July 09, 2008
Taliban, pero no mucho
Alguma coisa deve acontecer entre os paralelos 0 e 35. Pode ser o calor que cozinha o cérebro de alguns. Às vezes é em clima árido, desértico. Outras vezes em clima tropical amazônico, que de tão úmido parece ser uma sauna. Em um nunca chove e quando chove o povo não sabe se diz Aleluia ou se chora, uma vez que é torrencial e alaga tudo. No outro chove todo dia e às vezes, o dia todo, todo dia. O povo já acostumou andar molhado.
O clima amazônico é realmente diferente do clima do deserto. Mas parece que as diferenças acabam ai. Parece que nessa faixa, compreendia pouco acima e pouco abaixo do equador, a pressão dos ventos, marés, sol é maior. Deve gerar o comportamento semelhante.
Na floresta amazônica, terroristas da milícia armada colombiana, as Farc. No deserto afegão, os terroristas extremistas talibans. Um diz que luta pela igualdade e dignidade do povo. Outro por Alá e o mundo islâmico. Não medem esforços para que seus objetivos sejam atingidos. Em nome da Causa, o meio justifica o fim. A estratégia é esmagar o que for obstáculo. Seqüestram, matam, atacam, e que morra quem se meter no meio ou que estiver no meio, por acaso, se assim for o caso.
Na luta contra terror, Bush, o macaco branco americano, começou a Guerra infindável no oriente médio. Ele queria mesmo é o petróleo. Agora lutam lá, sem saber porquê. O mesmo acontece no Afeganistão, que entrincheirados nas Colinas, o talibans planejam a sua conquista do Mundo. Me pergunto se Bush, vai mandar os Marines para a Colombia. Já que terrorista é terrorista e as Farc são farinha do mesmo saco dos talibans. Diferem é que a farinha das Farc é de cocaína e do Taliban é de ópio. Mas se igualam por serem motivados pela lógica mercadológica do tráfico de drogas e pelos lucros assombrosos desse mercado.
Enquanto o mundo assiste as atrocidades da Guerra, a morte de soldados em luta contra o cata-vento, a fuga espetacular do cativeiro, a explosão na embaixada, atentados contra a existência da vida, como em um filme de Hollywood, os terroristas talibenhos e das Farc vão conquistando o mundo, usando da estratégia mais sorrateira possível, desviando o olhar para a pirotecnia bélica enquanto dominam o mundo pelas narinas – dos outros.
Música: Je t’amie a la haine - Soprano
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 9 July 2008
O clima amazônico é realmente diferente do clima do deserto. Mas parece que as diferenças acabam ai. Parece que nessa faixa, compreendia pouco acima e pouco abaixo do equador, a pressão dos ventos, marés, sol é maior. Deve gerar o comportamento semelhante.
Na floresta amazônica, terroristas da milícia armada colombiana, as Farc. No deserto afegão, os terroristas extremistas talibans. Um diz que luta pela igualdade e dignidade do povo. Outro por Alá e o mundo islâmico. Não medem esforços para que seus objetivos sejam atingidos. Em nome da Causa, o meio justifica o fim. A estratégia é esmagar o que for obstáculo. Seqüestram, matam, atacam, e que morra quem se meter no meio ou que estiver no meio, por acaso, se assim for o caso.
Na luta contra terror, Bush, o macaco branco americano, começou a Guerra infindável no oriente médio. Ele queria mesmo é o petróleo. Agora lutam lá, sem saber porquê. O mesmo acontece no Afeganistão, que entrincheirados nas Colinas, o talibans planejam a sua conquista do Mundo. Me pergunto se Bush, vai mandar os Marines para a Colombia. Já que terrorista é terrorista e as Farc são farinha do mesmo saco dos talibans. Diferem é que a farinha das Farc é de cocaína e do Taliban é de ópio. Mas se igualam por serem motivados pela lógica mercadológica do tráfico de drogas e pelos lucros assombrosos desse mercado.
Enquanto o mundo assiste as atrocidades da Guerra, a morte de soldados em luta contra o cata-vento, a fuga espetacular do cativeiro, a explosão na embaixada, atentados contra a existência da vida, como em um filme de Hollywood, os terroristas talibenhos e das Farc vão conquistando o mundo, usando da estratégia mais sorrateira possível, desviando o olhar para a pirotecnia bélica enquanto dominam o mundo pelas narinas – dos outros.
Música: Je t’amie a la haine - Soprano
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 9 July 2008
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