Chove, faz frio. Noutro dia, sol e calor. Às vezes, indica tempestade. Tempo encoberto. Pressão alta, pressão baixa, provocando instabilidade passageira.
É parece o homem do tempo, e esse filme eu vi outro dia: “The Weather Man”, com Nicholas Cage e Michael Caine.
Comprei meio sem pretensão, no pay-per-view. E só apertar alguns botõezinhos e pronto, o filme aparece na tevê. Tava lá no Menu. Nicholas Cage... Michael Caine... É parecia ter bons ingredientes. Não sabia do que se tratava.
O filme sobre o cara da previsão do tempo. Filho de um famoso escritor. Menos prezado por todos. Alvo de agressões na rua. Dono de um sorriso chato. O “homem do tempo”. Odiado. Perdido. Enfadado.
Mas o que tem esse filme para eu comentá-lo aqui? Nada de mais. Simplesmente gostei.
Gostei da evidente simbologia com o arco e a flecha. A flecha, o arco e o alvo. Aprendizado. Concentração. Objetivo.
Mas o que mais me chamou a atenção foi sobre o respeito que temos que ter, antes de tudo, com nós mesmos. Sim, antes de brigarmos com o mundo pedindo respeito pelos mais “fracos”, devemos brigar pelo nosso próprio respeito, e então, passarmos a sermos respeitados, se não for e se for, passar a ser mais respeitado.
Outra coisa importante é a busca pelo seu lugar. Todos nós pertencemos há algum lugar, resta-nos encontrar. Devemos procurar por ele.
Enfrentar as incertezas e abandonar algumas verdades que nos mesmos criamos, achando que é assim que é para ser. Aceitar o que se é e encontrar o lugar para isso.
Como Michael Caine diss, “às vezes é preciso escrever besteira, para a vida, tornar-se mais interessante e descompromissada”.
[música do texto: Bonita, Morelenbaun e Ryugi Sakamoto - Casa]
[“The Waether Man”, 2005, Gore Verbinski, EUA]
Por Fernando Katayama, 23 april 2006, New York, NY