Wednesday, March 01, 2006

Verdade, mentira e morte

É acabou o carnaval. Mais um ano se passou, de batuques, peito e bundas de fora, gostosas e as nem tão gostosas assim. Camarote dos famosos e tudo mais. Filas nas estradas, sujeiras nas praias e multidão que volta para o cotidiano monótono.

Nesse carnaval eu não fiz nada. Nunca faço nada diferente do que sempre faço. Acho o carnaval chato. Resolvi então gastar um tempo com um dos meus passa tempo prediletos. Fui ao cinema.

Fui ver o último do Woody Allen, “Macth Point”. Entrei na sala escura achando que era uma comédia romântica, recheada de ironias e humor sutil, afinal é um filme de Woody Allen. Sentei na poltrona com o saco de pipoca e rodava o filme. Gostei muito desse filme ai.

Vi também o filme dos cowboys gays, de Ang Lee, “Brokback Montain”. E esse filme que esta dando o que falar, afinal ver um homem comendo outro, só em filme pornô de veado, no circuito, nunca. O filme é bom, gostei também.

O que será que tem em comum entre um filme e outro?

Um se passa no pasto, meio do mato, interior americano, anos 70, dois homens. Outro centro urbano, Londres, aristocracia britânica, inicio século 21, um homem, duas mulheres, uma delas gostosa. Há princípio nada.

Mas vejamos assim.

O filme de Ang Lee mostra o relacionamento amoroso reprimido de dois homens. Quebra o arquétipo Jungiano do Herói que estamos acostumados a ver, como em “terra de Malboro”, até com assobiuzinho, terra de homens fortes e cavalo e só. Nesse caso, ovelhas.

Como imaginar o herói dando o rabo? A sociedade conservadora choca-se ao ver. A sociedade ultra-liberal choca em ver-se por lá. A vida: dois homens reprimem-se e vivem a vida infelizes até morrer, todo herói morre.

Woody Allen aborda de uma outra maneira a repressão aos sentimentos e a verdade. Inverte o papel da mulher, na sociedade ocidental, onde o homem passa a viver as custas dos benefícios financeiros da mulher. Covarde, como quase todos os homens, vive a infelicidade com medo da verdade. Perde-se nas curvas da Scarllet Johansson, a paixão castrada. Ele não gosta do que faz, não gosta da mulher e aceita a vida e os benefícios que a posição trás. É infeliz. A mulher cornuda, finge não saber, mas para sustentar o sonho, manter a imagem, finge felicidade. A amante, podre, sem muita chance, vive a vida apaixonada, renegando a origem, imaginando sempre conseguir o homem de fato, engana-se sempre. Vivem na repressão aos sentimentos, vivem nas mentiras da vida.

O que há de comum então entre eles?

Entre a verdade e a mentira a melhor solução é a morte.

Mas será?

Por Fernando Katayama 1 mar. 06

1 comment:

Anonymous said...

Oi
O filme é bom mesmo? o dos gays?
Acho que vou assistir!
Lu