Dessa vez, não teve mega-blockbuster. Spielberg, mais uma vez gastou o tempo falando de judeus. Acho que deveria voltar a falar de E.T. King Kong, o macacão milionário, e deixe claro, sem racismo*1, estou falando do gorila, não arrebatou muito. Foi “Crash – No limite”, de Paul Haggis, levou o título de melhor filme.
É um filme no mínimo incômodo. Edição e trilha sonora boa. Personagens fortes, mas o que é o melhor é o argumento.
Ao falar das mazelas da sociedade, seja ela em L.A. ou em S.P., é preciso ter um argumento no mínimo bom. Atacar o cotidiano não é das coisas mais simples.
Como mostrar para a sociedade a sua própria frieza? A indiferença entre morte e vida?
Negros, chineses, nativos, cada um por si. Violência dominante. Dinheiro e sensação de superioridade até que a arma mostra a fragilidade da grana. A raiva por raiva. Sonho por sonho. E maioria excluída.
Talvez por isso o titulo do filme – Crash. Não mostra segredos. Não faz suspense. É duro e transparente. Deixa os acidentes da vida entrelaçar as coincidências vitais.
Como romper isso tudo? A reconstrução através da total destruição? A ruptura com os padrões estabelecidos?
Até quando?
Crash: To break violently or noisily; smash.
[*1 Nessa semana um jogador de futebol, aqui no Brasil, foi acusado de racismo por xingar de “macaco” um colega de profissão]
Por Fernando Katayama 08 mar. 06
1 comment:
Fala Paxá,
Na minha opinião Crash foi o melhor filme que ví em 2005!
Ta todo mundo cada vez mais distante um do outro, cada vez se comunicando menos, cada vez se estranhando mais: cada vez mais com medo um do outro.
É preciso um "crash" para a gente poder se enxergar de novo e perceber o quanto temos em comum.
abraço,
-- yuri
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