Saturday, January 14, 2006

Retrovisor Gay

Passou a euforia das malditas compras de Natal. Passou a onda do “feliz ano novo”. Passou o coçassão de saco merecida das férias do recesso natalino-ano-novesco. Toda a maravilha dos fogos de artifícios. Do brilho à fumaça e dor no pescoço. Pronto acabou! Estamos agora na espera do carnaval. Festa tradicional brasileira que eu particularmente detesto, mas há quem goste e decore até o samba-enredo-repetitivo-chulo-ruim da escola do terceiro grupo ou os que ficam a noite toda zappiando a tv à procura de alguma gostosa peituda de bunda de fora e pode até mesmo ser um travesti ou um homem pseudo-gay vestido de mulher, que tá valendo, afinal, é carnaval.

E como eu venho dizendo nada muda. Até eu estou sendo repetitivo, caindo na minha própria armadilha, a repetição. Mas convenhamos que para escrever sobre coisas, coisas novas tem que aparecer. Alguém vai dizer que eu que to olhando só para um lado, certamente é verdade, afinal com é que eu vou olhar para todos os lados de uma vez só? Mas enfim...

Esta aberta a temporada de caça para o novo presidente da republica dos bananas. Começaram as frouxas ladainhas republicanas de uma democracia fraca. De um lado o governo petista que tenta de limpar da merda que o cobre. De outro, a oposição também cheia de merda. Os dois discutindo quem é o mais limpo, quando não há o mais limpo, e sim o sujo igual.

Agora estão com essa de dizer que o GETON, não é certo. Mas logicamente eles sabiam quando aprovaram e achavam certo, mesmo que as cadeiras da Câmara ficassem vazias ou fosse para votar projetos idotas. Isso mostrou que existem três tipos de políticos aqui no país. Tipo um: honesto-aspas. Tipo dois: Hipócrita. Tipo três: gay.

Se você pensou que o honesto-aspas é aquele que resolveu doar seu 14º salário, equivale a R$ 25.000, pelas sessões extras da câmara, errou. Honesto-aspas foi aquele que disse que não ia dar nada para ninguém, que o salário é certo e que não torrem os picuás dele. E pior que o cara tá certo. Esta na lei. Foi aprovado. E tudo mais. Se eu concordo, não vem ao caso, mas eu não concordo. Logicamente as aspas são essenciais nesse ai.

Ai me pergunta: “quem é o hipócrita?”. Simples. É aquele que disse que doará ou não pegará, o salário desse ano. Pura demagogia e engodo em ano eleitoral. O país passa por essa devassa corruptiva e é um bom slogan em época de eleição: “eu não peguei, doei a quem precisava, pobres coitadinhos”. Mas não disse que dos outros anos todos pegou. E que o investimento de 25 mil é pouco para o retorno de mais um mandato. Pura hipocrisia. Se fosse sério, aprovariam um projeto de lei que acabaria com as mordomias, ajudas e tudo mais, inclusive esse salário indecoroso.

E o gay? Bem, gay é uma coisa e tanto. A união do macho com a fêmea, em perfeita sintonia dentro de um corpo só. Gay é aquilo que é mas não é. Gay é uma coisa que parece ser mas no fundo não é. Gay é louco e desvairado. Gay não liga para nada e quando morre vira purpurina. Então quem é o político gay?

É aquele que dá para se livrar da foda. É aquele que não assume. E para finalizar, joga para os dois lados, dependendo onde é que ele tem a possibilidade de dar sem sentir dor.

Esse será o ano de eleições. A rede Globo já prepara o terreno com a série “JK”. A revista Isto É disse: “de olho nas urnas, candidatos se águam pelo retrovisor da historia e tentam encarnar JK, só falta um plano para alavancar o país”. Por isso o Brasil tropeça tanto, esquece de olhar para frente e ver para onde esta indo. O brejo esta perto.

[Honesto-aspas para quem não entendeu: “honesto”. Fonte: Revista Isto É, 11 de Janeiro de 2006, n° 1890, páginas 40 – 53]

Música: Genuíno pedaço do Cristo, André Chirstovam, Mandinga, 1989 - Nem Cristo Redentor tá salvo!!

Apartir dessa semana, uma musica acompanhará. Se vão ou não ter ligação com o texto, eu não tenho a menor idéia. Espero que gostem.

Por Fernando Katayama 15 jan. 06

Sunday, January 01, 2006

Ano Novo? Sua Decisão

Acabo de receber esse texto. Veio por e-mail. E é incrível, agora nesse exato momento é 1 hora e 12 minutos do dia 1º de Janeiro de 2006.

Alguns minutos atrás, comi um delicioso pernil preparado por mamãe e com toques meus. Estava com o computador ligado esperando um contato pelo Skype, maravilhas da Era tecno-informativa, quando recebi essa tal mensagem. Mensagem de um amigo. Não me contive em sentar à frente da minha máquina e responder a ele. Era uma mensagem de final de ano, um pouco diferente dessas tantas que entupiram meu e-mail nesses dias. Vou reproduzi-la aqui com a minha resposta.


O e-mail à mim
enviado pelo meu amigo:


INSTANTES


Se...


Pudesse viver
novamente minha vida...


Trataria de
cometer mais erros.



Não tentaria ser tão perfeito,me
relaxaria mais.


Seria mais ingênuo
do que fui, de pronto trataria pouquíssimas coisas com seriedade.


Correria mais
riscos. Faria mais viagens, contemplaria mais entardeceres, subiria mais
montanhas, nadaria mais rios.


Iria a lugares
onde nunca fui, tomaria mais sorvetes e comeria menos favas; teria mais
problemas reais e menos imaginários.


Se pudesse voltar
ao passado, trataria de ter apenas bons momentos.


Pois se não sabem,
disso é feito a vida, somente de momentos.


Se pudesse voltar
a viver, começaria a andar descalço no princípio da primavera e seguiria
assim até concluir o outono.


Daria mais voltas
em carruagens, contemplaria mais amanheceres e jogaria com mais meninos,
se tivesse outra vida pela frente.


E de Fernando
Pessoa, o desfecho:


"Valeu a pena?
Tudo vale a pena se a alma não é pequena"



[mensagem do meu
amigo]


“Quaisquer que
sejam seus planos, desejos e sonhos, reafirmo a disposição em contriburir
durante todo 2006 para suas novas conquistas. Estar ao seu lado e
participar de seus projetos é aproveitar o tempo, a vida.”



Minha resposta ao
gentil e-mail do meu amigo:


INSTANTES ANTES


Como...


Posso viver
totalmente a minha vida...


Cometerei mais
erros.


Não tentarei ser
tão perfeito. Relaxarei-me mais.


Serei mais ingênuo
do que fui e sou, de pronto tratarei pouquíssimas coisas com tamanha
seriedade.


Correrei,
certamente, mais riscos. Farei mais viagens, curtas, longas, com ou sem
planejamento.


Contemplarei mais
entardeceres e amanheceres. Subirei mais montanhas, nadarei mais rios.



Irei a lugares onde nunca fui, e
voltarei há lugares que já estive, para rever velhos amigos, tomarei mais
sorvetes e comerei menos favas, mas me esbaldarei em mel.


Terei mais
problemas reais e menos imaginários ou conjecturas vans.


Como posso voltar
ao passado, tratarei de ter apenas bons momentos. Deixarei nossa mania, de
lembrar mais dos desastres do que das alegrias, de lado.


Para recordar do
passado com o olho no futuro.


Pois se não sabem,
disso é feito a vida, entre o nascer e o morrer, somente de momentos.


Estou vivo então,
começarei a andar descalço no princípio da primavera e seguiria assim até
concluir o outono.


Porque no inverno,
vou esquiar.


Darei mais voltas
em carruagens, contemplarei mais amanheceres e jogarei com mais meninos,


Mas um dia
morrerei.


Então, se pudesse
voltar ao passado se tivesse outra vida pela frente, repetira toda ela de
novo!



De Fernando Katayama


[o inicio da minha resposta]
Até quem fim alguém me enviou algo que prestasse nesse final de ano!


Pelo menos você ouviu meus apelos e modificou alguma coisa!


Fernando Pessoa, não sei se por coincidência ou por ser homônimo, é um cara para lá de fantástico!

Não vou repetir aqui, as baboseiras de final de ano, porque ano nunca acaba, a não ser o fiscal. O nosso ano não acaba porque é um eterno crescimento. Só há duas datas em nossas vidas, que marcam realmente o inicio e o fim. É o nascimento e a morte. O resto é o meio, tão importante quando as duas outras, porem de limite atemporal, dentro do curto espaço de tempo comprimido entre nascer e morrer.

Assim sendo acredito que o importante desse meio, é a consistência sólida das histórias da vida. Penso então um pouco diferente do seu texto, uma vez que não estou morto, exemplifico assim: [volta ao início]

[Skype, é um serviço de VoIP. Ligações de baixo custo usando protocolos de Internet para voz.]

Por Fernando Katayama 1 jan. 06