Friday, September 10, 2010

Show, de Horror

Aqui ao meu lado, como não poderia deixar de ser, a caneca de café. Sempre acompanhado dela, escrevo. Impossível sem ela. E hoje, sexta-feira, começo de Outono é um motivo a mais para mante-la bem perto. O frio já da as caras, e parece que o Inverno vai ser daqueles. Mesmo com sol brilhando e o céu azul, já dá pra prever como é que vai ser esse ano! Dizem que é coisa da El Niña.
Mas parece que as coisas vão esquentar nesse Outono, e não é coisa do El Niño, é coisa de, acreditem, eleições. A corrida para prefeito esta começando a aquecer. Assim como em qualquer lugar é um show, de horror. Para mim parece que político é igual em qualquer lugar do mundo. O que muda é a cor da gravata. Uns usam preto outros vermelho. Alguns não usam, mas dá mesma.
Aqui temos um Rob. E no Brasil, o Rob foi vetado. O daqui é Rob Ford, o de lá é Rob Jefferson. Conhecidos pelos escândalos, cara de pau e discursos. A diferença entre eles é que um tem nome de presidente e o outro tem nome de carro. Rob Ford é um fanfarrão. Rob Jefferson é barítono, ou pelo menos tenta.
Mas o que me chama mesmo a atenção, do ponto de vista eleitoral, é como as coisas acontecem, nos dois extremos. Aqui, nós nos preparamos para o inverno, comprando parkas e casacos para agüentar o friozão. Lá, ao sul, é a época de procurar biquininho, sungas e protetor solar. Aqui o show é diferente de como é feito no Brasil. Não sei se é melhor ou pior, já que os protagonistas, são por excelência, políticos, mas difere-se em ternos de seriedade. Aqui parece ser mais sério, e ser político é carreira.
Tenho a impressão, depois de anos morando fora do Brasil, que ser político é uma coisa diferente para o brasileiro. Parece ser a salvação do indivíduo as custas do coletivo. O circo armado para ser eleito, e assim conseguir, verbas, desvios, vantagens e sei lá mais o que.
Tem palhaço que quer ser deputado, prostituta que quer ser senadora, cantores, duplas sertanejas, atores e atrizes, ex-15 minutos de fama, atletas e ex-atletas, ex-famosos, celebridades, socialites, e mais uns infinitos nomes e seres que querem dar a bocadinha. Parece que para ser político no Brasil não é preciso saber de política, negociações e seriedade para comandar o país, é só ser famoso ou colocar um nome estapafúrdio na legenda.
Não que o sistema democrático não possa aceitar todos que desejam ser políticos, mas é preciso mais seriedade. Ao entrar para a Casa, a responsabilidade de dirigir a nação tem que ser levada a sério. Não deveria ser um circo ou prostíbulo. Não é palco para canções chorosas de corno manso nem muito menos um campo de futebol.
Penso como que o brasileiro, eu e você, podemos fazer nossa escolha, perante ao imenso número de candidatos sem a mínima noção e preparo. Além de sermos obrigados a votar, temos que ponderar em votar entre um ou outro, na puta ou no filho dela. E no final, vai ser a mesma coisa.

Música: Maybe Tomorrow - Stereophonics
Por Fernando Katayama, Toronto, On Canada September 10 2010Aqui a música desse artigo

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