Nessa tarde chuvosa e fria tomo meu café. Não sei bem por onde começar e nem certo do que vou escrever, mas certamente será política. Não há como fugir desse tópico. Eleições presidenciais sempre dá pano pra manga, ainda mais no Brasil.
Há muito tempo que eu perdi a expectativa de que os políticos estavam lá para fazer a vida do cidadão melhor. Mas parece agora que a coisa tá indo para um caminho mais tenebroso ainda. Vale tudo para ser eleito. Vale puxar cabelo, morder, chute no saco e dedos nos olhos do eleitor. O importante é vencer! Lulistas continuam ferrenhos no Projeto Tomo o Brasil de Cabo a Rabo e não querem arredar o pé. Tucanos querem voltar a ter as asas da Nação. Malufistas roubam mas fazem. E por ai vai. E não importa como, importa é estar lá. Apresentar projetos polêmicos e trazer a discussão para o que é importante para a sociedade, nem pensar. Se é vespeiro, melhor não cutucar. Deixa como tá e vamos rolando, até que… Até que um dia, alguma coisa acontece no vespeiro. Mas quando isso acontecer, esse abacaxi estará na mão de outro. Importante é continuar o continuinismo, e nada mudar.
Essas eleições provam que o modelo eleitoral nacional é falido. Não na contagem dos votos, porque esse ai funciona bem, mas o modelo em si, de forma geral. Obrigatoriedade do voto, que no meu ver, é uma aberração da democracia nacional. Esse infindável numero de legendas! E tem tanto deputado que é impossível saber quem é quem.
Por falar em deputados, a aberração nacional é capa de jornal no mundo todo. Tenho dito que política no Brasil não é levada a sério, por ninguém. Nem pelo povo, nem pelos políticos. Parece que para ser político no Brasil basta ser famoso, e que política é uma brincadeira de roda. Mulher-pêra, Romário e Tiririca. A Bunda. O Jogadô. E o Palhaço. Para deputado estadual.
Mas pera aí, o que faz um deputado? - eu não sei, mas meus assessores sabem! Que projetos o deputado tem? - olha de cabeça assim, eu não sei, mas meus assessores sabem! Quanto custa para manter o seu gabinete e seus assessores? - humm, isso eu não sei, mas os meus assessores sabem!
Pior de tudo, é que isso não é uma invenção minha. Foram algumas entrevistas que li com alguns candidatos a deputado. É de dar medo. Tiririca, o abestado, teve o apoio de 1.3 milhões de votos! É um mundo de gente! Dizem que é protesto! Pra mim é ignorância. Se fosse protesto, não teríamos re-eleito, Roseana Sarney na Capitania Hereditária do Maranhão ou mais oito governadores no primeiro turno.
Agora querem caçar o Tiririca. O cara teve 1.3 milhão de votos. Não dá pra caçar o cara. Dizer que ele é analfabeto? Sinto muito, mas não é o suficiente. O Lula também é pouco letrado e é Presidente. Mas caçar o Tiririca porque ele mal sabe falar o português, mal sabe escrever e quem sabe ler pode ser perigoso, uma vez que, a democracia não pode ser baseada no conhecimento formal que fulano ou beltrano teve. Deveríamos ser tratados com igualdade independentemente da cor, credo, sexo e título acadêmico.
O Tiririca é o exemplo de um país sem educação. A sua eleição é um marco na ignorância nacional. E a prova que o sistema político brasileiro vive o revés de valores.
Esse palhaço me faz chorar.
Música: Não Me Pergunte, De Tarde Vendo o Mar - Bebel Gilberto
Por Fernando Katayama, Toronto, On Canada 5th October 2010
Aqui a música desse artigo
Tuesday, October 05, 2010
Friday, September 10, 2010
Show, de Horror
Aqui ao meu lado, como não poderia deixar de ser, a caneca de café. Sempre acompanhado dela, escrevo. Impossível sem ela. E hoje, sexta-feira, começo de Outono é um motivo a mais para mante-la bem perto. O frio já da as caras, e parece que o Inverno vai ser daqueles. Mesmo com sol brilhando e o céu azul, já dá pra prever como é que vai ser esse ano! Dizem que é coisa da El Niña.
Mas parece que as coisas vão esquentar nesse Outono, e não é coisa do El Niño, é coisa de, acreditem, eleições. A corrida para prefeito esta começando a aquecer. Assim como em qualquer lugar é um show, de horror. Para mim parece que político é igual em qualquer lugar do mundo. O que muda é a cor da gravata. Uns usam preto outros vermelho. Alguns não usam, mas dá mesma.
Aqui temos um Rob. E no Brasil, o Rob foi vetado. O daqui é Rob Ford, o de lá é Rob Jefferson. Conhecidos pelos escândalos, cara de pau e discursos. A diferença entre eles é que um tem nome de presidente e o outro tem nome de carro. Rob Ford é um fanfarrão. Rob Jefferson é barítono, ou pelo menos tenta.
Mas o que me chama mesmo a atenção, do ponto de vista eleitoral, é como as coisas acontecem, nos dois extremos. Aqui, nós nos preparamos para o inverno, comprando parkas e casacos para agüentar o friozão. Lá, ao sul, é a época de procurar biquininho, sungas e protetor solar. Aqui o show é diferente de como é feito no Brasil. Não sei se é melhor ou pior, já que os protagonistas, são por excelência, políticos, mas difere-se em ternos de seriedade. Aqui parece ser mais sério, e ser político é carreira.
Tenho a impressão, depois de anos morando fora do Brasil, que ser político é uma coisa diferente para o brasileiro. Parece ser a salvação do indivíduo as custas do coletivo. O circo armado para ser eleito, e assim conseguir, verbas, desvios, vantagens e sei lá mais o que.
Tem palhaço que quer ser deputado, prostituta que quer ser senadora, cantores, duplas sertanejas, atores e atrizes, ex-15 minutos de fama, atletas e ex-atletas, ex-famosos, celebridades, socialites, e mais uns infinitos nomes e seres que querem dar a bocadinha. Parece que para ser político no Brasil não é preciso saber de política, negociações e seriedade para comandar o país, é só ser famoso ou colocar um nome estapafúrdio na legenda.
Não que o sistema democrático não possa aceitar todos que desejam ser políticos, mas é preciso mais seriedade. Ao entrar para a Casa, a responsabilidade de dirigir a nação tem que ser levada a sério. Não deveria ser um circo ou prostíbulo. Não é palco para canções chorosas de corno manso nem muito menos um campo de futebol.
Penso como que o brasileiro, eu e você, podemos fazer nossa escolha, perante ao imenso número de candidatos sem a mínima noção e preparo. Além de sermos obrigados a votar, temos que ponderar em votar entre um ou outro, na puta ou no filho dela. E no final, vai ser a mesma coisa.
Música: Maybe Tomorrow - Stereophonics
Por Fernando Katayama, Toronto, On Canada September 10 2010Aqui a música desse artigo
Mas parece que as coisas vão esquentar nesse Outono, e não é coisa do El Niño, é coisa de, acreditem, eleições. A corrida para prefeito esta começando a aquecer. Assim como em qualquer lugar é um show, de horror. Para mim parece que político é igual em qualquer lugar do mundo. O que muda é a cor da gravata. Uns usam preto outros vermelho. Alguns não usam, mas dá mesma.
Aqui temos um Rob. E no Brasil, o Rob foi vetado. O daqui é Rob Ford, o de lá é Rob Jefferson. Conhecidos pelos escândalos, cara de pau e discursos. A diferença entre eles é que um tem nome de presidente e o outro tem nome de carro. Rob Ford é um fanfarrão. Rob Jefferson é barítono, ou pelo menos tenta.
Mas o que me chama mesmo a atenção, do ponto de vista eleitoral, é como as coisas acontecem, nos dois extremos. Aqui, nós nos preparamos para o inverno, comprando parkas e casacos para agüentar o friozão. Lá, ao sul, é a época de procurar biquininho, sungas e protetor solar. Aqui o show é diferente de como é feito no Brasil. Não sei se é melhor ou pior, já que os protagonistas, são por excelência, políticos, mas difere-se em ternos de seriedade. Aqui parece ser mais sério, e ser político é carreira.
Tenho a impressão, depois de anos morando fora do Brasil, que ser político é uma coisa diferente para o brasileiro. Parece ser a salvação do indivíduo as custas do coletivo. O circo armado para ser eleito, e assim conseguir, verbas, desvios, vantagens e sei lá mais o que.
Tem palhaço que quer ser deputado, prostituta que quer ser senadora, cantores, duplas sertanejas, atores e atrizes, ex-15 minutos de fama, atletas e ex-atletas, ex-famosos, celebridades, socialites, e mais uns infinitos nomes e seres que querem dar a bocadinha. Parece que para ser político no Brasil não é preciso saber de política, negociações e seriedade para comandar o país, é só ser famoso ou colocar um nome estapafúrdio na legenda.
Não que o sistema democrático não possa aceitar todos que desejam ser políticos, mas é preciso mais seriedade. Ao entrar para a Casa, a responsabilidade de dirigir a nação tem que ser levada a sério. Não deveria ser um circo ou prostíbulo. Não é palco para canções chorosas de corno manso nem muito menos um campo de futebol.
Penso como que o brasileiro, eu e você, podemos fazer nossa escolha, perante ao imenso número de candidatos sem a mínima noção e preparo. Além de sermos obrigados a votar, temos que ponderar em votar entre um ou outro, na puta ou no filho dela. E no final, vai ser a mesma coisa.
Música: Maybe Tomorrow - Stereophonics
Por Fernando Katayama, Toronto, On Canada September 10 2010Aqui a música desse artigo
Friday, February 12, 2010
A Diferença do B e do S
Pensava outro dia, em dias melhores, em um mundo melhor. Dias com mais sol, menos chuva. Mais calor, menos frio. Ou mais chuva e menos sol. Mais frio e menos calor. Seria na praia, só se não tivesse areia. Ou montanha sem pernilongo. Mais trabalho, menos emprego. Seria melhor mesmo trabalhar por diversão. Talvez mais dinheiro ou dinheiro algum.
Talvez um mundo sem cigarro, mas os fumantes pensam que não. Os caras do AA queriam um mundo sem álcool, mas sem álcool, nem o AA iria existir. Queria mesmo é um belo steak, suculento, talvez picanha ou NY striploin, mas a galera verde acha que comer bicho não é certo, e viraram herbívoros. Tem os que andam de bicicleta, por opção, e uns pela falta dela.
Alguns querem a democracia nos moldes ocidentais capitalista, outros a democracia socialista, e tem uns que querem mesmo é a ditadura extremista. Talvez um mundo sem guerras e desgraças. Mas tem sempre um que gosta...
Talvez com o ser humano menos egoísta e mesquinho. Um mundo mais livre de preceitos. Com mais tolerância, inclusive com os intolerantes. Ou seria melhor um mundo sem leis, auto-regulado pela própria existência do ser?
Não sei ao certo o que seria um mundo melhor. Meu melhor é certamente diferente do seu melhor. Eu gosto de mulheres loiras, morenas e ruivas, e você não. Eu calço 42 bico largo, minha calça é 34X30 e paletó não me cabe. Esse é meu tipo estranho. Pra você, é diferente. Eu adoro carne, talvez você seja herbívoro. O seu mundo seria melhor sem as pastagens. Mas eu posso ser budista ou ateu, você pode ser muçulmano xiita ou católico fervente. Talvez extrema direta ou centro esquerda?! Nesse mundo vasto e diverso é difícil estabelecer o senso comum de melhor, ou quase impossível. Melhor pra um, pior pro outro. A única coisa que os gregos e troianos concordavam que seria a melhor coisa, seria comer a Helena. Deu guerra!
Mesmo que digamos que melhor seria sempre fazer o seu melhor, talvez isso não baste para fazer o mundo melhor. Mas pelo menos é um bom começo.
Veja esses dois caras. Não medem esforços para fazer o mundo melhor. Impor suas crenças e verdades. Mandam matar se for o caso, fazem guerra. Tudo no imperativo para um mundo melhor. O Obama e o Osama querem o seu próprio mundo melhor, mesmo que a diferença entre eles seja só o B e o S.
Música: Come Rain or Come Shine / B.B. King and Eric Clapton / Ridding with the King, 2000
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 12 Feb 2010
Aqui a música desse artigo
Talvez um mundo sem cigarro, mas os fumantes pensam que não. Os caras do AA queriam um mundo sem álcool, mas sem álcool, nem o AA iria existir. Queria mesmo é um belo steak, suculento, talvez picanha ou NY striploin, mas a galera verde acha que comer bicho não é certo, e viraram herbívoros. Tem os que andam de bicicleta, por opção, e uns pela falta dela.
Alguns querem a democracia nos moldes ocidentais capitalista, outros a democracia socialista, e tem uns que querem mesmo é a ditadura extremista. Talvez um mundo sem guerras e desgraças. Mas tem sempre um que gosta...
Talvez com o ser humano menos egoísta e mesquinho. Um mundo mais livre de preceitos. Com mais tolerância, inclusive com os intolerantes. Ou seria melhor um mundo sem leis, auto-regulado pela própria existência do ser?
Não sei ao certo o que seria um mundo melhor. Meu melhor é certamente diferente do seu melhor. Eu gosto de mulheres loiras, morenas e ruivas, e você não. Eu calço 42 bico largo, minha calça é 34X30 e paletó não me cabe. Esse é meu tipo estranho. Pra você, é diferente. Eu adoro carne, talvez você seja herbívoro. O seu mundo seria melhor sem as pastagens. Mas eu posso ser budista ou ateu, você pode ser muçulmano xiita ou católico fervente. Talvez extrema direta ou centro esquerda?! Nesse mundo vasto e diverso é difícil estabelecer o senso comum de melhor, ou quase impossível. Melhor pra um, pior pro outro. A única coisa que os gregos e troianos concordavam que seria a melhor coisa, seria comer a Helena. Deu guerra!
Mesmo que digamos que melhor seria sempre fazer o seu melhor, talvez isso não baste para fazer o mundo melhor. Mas pelo menos é um bom começo.
Veja esses dois caras. Não medem esforços para fazer o mundo melhor. Impor suas crenças e verdades. Mandam matar se for o caso, fazem guerra. Tudo no imperativo para um mundo melhor. O Obama e o Osama querem o seu próprio mundo melhor, mesmo que a diferença entre eles seja só o B e o S.
Música: Come Rain or Come Shine / B.B. King and Eric Clapton / Ridding with the King, 2000
Por Fernando Flitz Katayama, Toronto, On Canada 12 Feb 2010
Aqui a música desse artigo
Subscribe to:
Posts (Atom)